Nova menina dos olhos da Netflix, Bodkin apresenta uma intrigante incursão no mundo do crime e do mistério, trazendo podcasters para o epicentro da narrativa. A série, no melhor estilo investigativo, já conquistou uma enorme audiência no mundo inteiro, competindo apenas com o fenômeno Bebê Rena em popularidade. Desde sua estreia, em 9 de maio, ela frequenta o top 10 de produtos mais consumidos da plataforma, Brasil incluso.
“O purgatório é uma invenção irlandesa.” A frase, dita por um dos personagens de Bodkin, revela muito sobre a série. Ao olhar mais de perto, percebemos que todos os protagonistas estão atravessando momentos difíceis em suas vidas, todos em seu próprio purgatório. A jornalista Dove (Siobhan Culler), afastada de seu cargo como repórter investigativa em Londres, é realocada para a cidade (fictícia) de Bodkin para auxiliar um grupo de podcasters na investigação de um desaparecimento ocorrido há 25 anos no festival Samhain. Ao seu lado, temos Gilbert (Will Forte, muito conhecido pela sua atuação no humorístico Saturday Night Live), um podcaster famoso lutando contra uma crise em seu casamento e uma queda na audiência de seu programa. Completando o trio disfuncional, temos a fraca aspirante a jornalista Emmy (Robyn Cara), cuja participação tumultuada na história adiciona uma camada extra à trama.
À medida que a história avança, o evento acontecido em Samhain, teoricamente esquecido no passado, ameaça retornar, com a intromissão de Gilbert e sua equipe. E todos os mistérios e descobertas feitas pelo grupo acabam incomodando – e muito – a pequena e até então pacata cidade. Além de explorar o cenário peculiar da irlandesa Bodkin, cheia de tradições e que parece ter parado no tempo, a trama nos envolve em mistérios sem soluções, aumentando ainda mais a tensão e o interesse do espectador. Apesar do começo mais lento, os sete episódios vão crescendo e se desenvolvendo, agregando cada vez mais complexidade aos personagens.
O bom e velho jornalismo
A trama ganha novos coadjuvantes e teorias mirabolantes para o tal crime da noite do festival. Outros casos nebulosos intrigam a cidade e, obviamente, mais mortes surgem no horizonte. Um narrador ajuda o espectador a se situar, em uma ótima sacada de transformar a série já em um formato de podcast.
Além de contar com um elenco promissor, Bodkin se destaca pela inteligência de sua narrativa e pela decisão de colocar os podcasters no centro da investigação. Isso confere à série uma autenticidade que a diferencia de outros dramas criminais convencionais. Aqui, os investigadores também são falhos e, em alguns momentos, até geram piadas de autocomiseração, que ajuda a nos aproximarmos deles.
Apesar dos assassinatos e dos temas mais pesados, a gozação com os podcasters está presente todo o tempo. Bodkin com certeza é a primeira série a falar tão abertamente sobre podcasts que investigam crimes, produzindo boas reflexões e divertidas brincadeiras com o formato. No final das contas, a obra dá conta do recado, mostrando como essa nova forma de investigar pode ser tão importante (ou prejudicial, dependendo da qualidade dos envolvidos) quanto o bom e velho jornalismo.
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião