A morte de nenhum político é tão recheada de mistério quanto a do presidente americano John Fitzgerald Kennedy. Assassinado em 22 de novembro de 1963, o democrata fez alguns inimigos nos dois anos em que chefiou os Estados Unidos, incluindo mafiosos, comunistas e até a CIA. Esse detalhe, aliado à quantidade de tiros disparados naquele fatídico dia, sempre fez muitas pessoas presentes no evento, ou apenas interessadas no assunto, questionarem se Lee Harvey Oswald era o único culpado.
É exatamente isso que a Brasil Paralelo explora no segundo episódio da terceira temporada de Investigação Paralela, que também estuda figuras como Maria da Penha, Joana d'Arc e os envolvidos com o Pacto de Bretton Woods. Nesse capítulo, com duração de um longa-metragem, os apresentadores do seriado parecem se inspirar bastante no filme JFK, dirigido por Oliver Stone e lançado em 1991. Quem assistiu à película provavelmente vai lembrar de coisas como a "bala mágica" e a reprodução de sua trajetória feita por investigadores, que é imitada aqui. Cenas que reconstituem as diferentes versões do crime também são reapresentadas ao longo do programa.
A primeira tese, confirmada até o momento pelo próprio Estados Unidos, é que Oswald era um comunista inveterado que agiu por conta própria. Essa teoria é reforçada por fotografias do assassino com o rifle utilizado na morte de Kennedy, testemunhas e as próprias ações dele nos dias que antecederam o ocorrido.
“Deep state” em ação?
Embora a “verdade” esteja estabelecida desde novembro de 1963, quando foi criada a Comissão Warren, que concluiu o que aconteceu no dia do assassinato, algumas evidências passaram a ser questionadas após novos relatos e provas de adulteração surgidas ao longo dos anos. As fotos da autópsia de JFK, por exemplo, foram alteradas para mostrar um ferimento a menos e alinhar dois disparos. Uma das imagens de Oswald com o rifle também pode ter sido falsificada.
Outro ponto importante para reforçar novas teorias foi a revelação de vídeos e áudios que indicam sete disparos até a morte, quatro a mais do que o governo americano considerou em sua investigação. Essa evidência reforça a tese de que o comunista não teria agido sozinho, afinal ele não seria capaz de recarregar a arma para atirar esse número de vezes nos rápidos segundos que levaram Kennedy ao óbito.
Obviamente, a distância da Brasil Paralelo dos EUA impede um contato mais próximo com possíveis entrevistados e provas inéditas. Isso faz com que o programa não consiga se aprofundar mais do que já foi feito por outros especialistas (ou até cineastas, como é o caso de Stone). Mas assistir ao episódio ajuda a situar o espectador no motivo que faz milhares de pessoas se interessarem pelo caso. Além disso, é uma maneira de apresentar um possível exemplo de estado profundo (o famoso deep state) em ação, ou seja, um governo que é controlado por agentes externos a ele.
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