Bruce Dickinson, famoso por cantar rocks e baladas como Fear of The Dark, The Trooper e Flight of Icarus na condição de vocalista do Iron Maiden, é um homem de muitos atributos. Em diversas ocasiões, foi o piloto designado do Ed Force One, um Boeing 747 que levava a banda de heavy metal aos países de suas apresentações. Também é mestre em história, medalhista de ouro na esgrima e presidente da Caerdav, empresa que treina pilotos e presta serviços de reparos. O polímata já apresentou suas músicas e ideias no Brasil muitas vezes, mas volta agora em abril para explorar outra faceta: a de fã de Deep Purple.
Escalado para palestrar na primeira data do festival Summer Breeze, que acontecerá no dia 29, em São Paulo, o cantor decidiu prolongar sua estadia no país e trazer a sua nova turnê solo, batizada de The Music of Jon Lord and Deep Purple. Nas apresentações, que acontecerão em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre, ele estará acompanhado de uma orquestra com membros da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e de outras sinfônicas para interpretar o Concerto for Group and Orchestra, composição lançada pelo tecladista Jon Lord ao lado do Deep Purple, em 1969 – trabalho que, por sinal, marcou a chegada do vocalista Ian Gillan ao grupo.
A escolha de cantar músicas de outra banda pode parecer estranha para quem não conhece muito de Dickinson, mas ela acontece por uma vontade antiga. Lord e o vocalista do Iron Maiden eram grandes amigos, até a morte do primeiro, em 2012. “Ele era um cavalheiro maravilhoso, e fomos muito próximos”, comentou durante uma palestra realizada na Dinamarca, em 2018. “Tínhamos todo tipo de planos malucos, inclusive o de sair em uma turnê tocando as músicas do Purple ao lado de uma orquestra. Mas tudo foi interrompido e cancelado, o que claramente foi muito triste.”
Memórias espinhentas
Em 2019, quando o Concerto completou 50 anos, Dickinson relembrou dos planos feitos com seu velho amigo e decidiu realizar uma apresentação única no Canadá, tocando na íntegra a peça musical de 51 minutos, ao lado de hits como Smoke on The Water, Perfect Strangers e Hush. Desde então, quando aparece uma folga entre as longas turnês do Maiden, o cantor realiza o show para homenagear Lord e os vocais de Ian Gillan, uma de suas maiores inspirações na voz.
“Lá estava eu, apenas um jovem cheio de espinhas, quando um dia apareceu um barulho vindo da porta de alguém. Eu abri e perguntei, 'O que diabos é isso?' Estava tocando Speed King, do disco Deep Purple In Rock. E foi isso que me fez começar [na música]”, contou Dickinson, em uma entrevista à BBC, em 2021, reforçando que Gillan é o seu “Deus do Rock”.
Para executar o show, além da orquestra, o músico recrutou uma banda competentíssima, com artistas que fizeram seus currículos em grupos como Jethro Tull, Whitesnake e Scorpions.
Brecha para material solo
Infelizmente – para os fãs de Iron Maiden –, Bruce Dickinson não deve cantar os clássicos da banda na turnê. A novidade, em comparação a outros shows do tipo feitos na Europa em anos anteriores, é que ele incluiu no setlist músicas de sua carreira solo.
Além do sucesso Tears of the Dragon, o cantor recuperará a música Jerusalem, que tem sua letra baseada em um poema retirado do livro Milton: Um Poema em Dois Livros, publicado pelo poeta inglês William Blake, em 1810. Tanto a canção quanto o texto são inspirados em uma lenda sobre a visita do jovem Jesus, ao lado de José de Arimateia, a Inglaterra.
Para Blake, reviver essa história folclórica significava trazer um pouco de luz em meio à escuridão da revolução industrial em seu país. Já para Bruce Dickinson é um prato cheio para mostrar aos fãs a sua potência vocal e poder de interpretação, que têm resistido ao desgaste do tempo.
As datas e locais das apresentações de The Music of Jon Lord and Deep Purple no Brasil são:
15 de abril – no Vibra, em São Paulo
19 de abril – no Teatro Positivo, em Curitiba
21 de abril – no Vivo Rio, no Rio De Janeiro
25 de abril – no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre
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