O serviço de streaming da Amazon, Prime Video, acaba de lançar dois documentários sobre ícones em suas respectivas áreas: a cantora Celine Dion e o tenista Roger Federer. Além de abordar a importância das duas personalidades para a música e para o esporte, os filmes oferecem um panorama emocionante dos dias finais de suas carreiras e seus desafios. O de Celine, obviamente, não traz nada sobre o capítulo mais recente de sua jornada artística: o inesperado retorno para se apresentar na abertura das Olimpíadas de Paris. Mesmo assim, são obras que enriquecem o imaginário sobre figuras extraordinárias e seus dramas recentes.
Eu Sou: Celine Dion
Aos 12 anos, a canadense Celine Dion compôs sua primeira música. Já no início de 2022, aos 54 anos e com mais de 200 milhões de discos vendidos em todo o mundo, uma estranha doença decidiu aparecer em sua vida. A síndrome da pessoa rígida submete os afetados a crises de perda do controle da mobilidade e, logicamente, da capacidade respiratória.
Eu Sou: Celine Dion repete documentários como Still: Ainda Sou Michael J. Fox em sua intenção de mostrar estrelas do entretenimento em seus encontros inesperados com a dor. O mais surpreendente desta produção é que uma artista com uma voz inestimável, mas bastante afastada dos palcos, exponha sua doença de maneira tão sincera e comovente. Da sua fraqueza surge uma heroína desconhecida, com um amor incondicional pela arte, que recorda com gratidão os grandes momentos da carreira profissional e da intensa vida familiar, como a mais nova de uma família católica de 14 irmãos.
A documentarista norte-americana Irene Taylor Brodsky realizou a sua melhor produção. É um retrato que opta por um naturalismo deliberadamente comovente, que exalta a luta fascinante daqueles que permanecem firmes e constantes nas contradições mais cruéis. É por isso que o epílogo do documentário é tão preciso e impressionante, com uma surpreendente interpretação de Celine para a música Who I Am, de Wyn Starks um dos maiores sucessos do programa Got Talent, cuja letra resume perfeitamente o significado desta última etapa de sua vida.
© 2024 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
Federer: Doze Últimos Dias
Quase todos concordam que ninguém jogou tênis de forma tão técnica e com uma beleza mais plástica em cada uma de suas jogadas do que o suíço Roger Federer. Apesar de tudo, seus números são inferiores aos dos outros dois do "Big Three” (Rafael Nadal e Novak Djokovic) que revolucionaram o tênis nas últimas duas décadas. O fato não diminui o carisma desse atleta sensacional que continua sendo um emblema, apesar de ter se aposentado das quadras em 15 de setembro de 2022.
Para mostrar seus últimos dias como tenista profissional, o diretor escolhido foi um dos melhores documentaristas da atualidade: Asif Kapadia, vencedor do Oscar por Amy e diretor dos documentários esportivos Diego Maradona e Senna. Para quem espera uma retrospectiva da carreira triunfante do tenista, o documentário pode ser decepcionante, mas a abordagem pessoal é muito atrativa, principalmente pelo envolvimento total do atleta no projeto.
A elegância do jogador se expressa em suas palavras e gestos, sempre grato às pessoas que o ajudaram a chegar ao topo, desde sua numerosa família, até os tenistas que exigiram excelência e renovação que pareciam desnecessárias nos primeiros anos de carreira. Djoko, Nadal e Andy Murray, seus adversários no esporte, negaram-lhe a coroa perpétua com um nível de competição sem precedentes, que levou o tênis masculino a se tornar um dos esportes com maior cobertura midiática ao redor do mundo. Mesmo assim, o respeito e a admiração entre eles emocionam na última partida do suíço, na final da Rod Laver Cup, na qual dividiu dupla com Rafa Nadal, seu algoz em quadra e um de seus melhores amigos fora dela. As lágrimas dos dois protagonizaram uma das imagens mais icônicas da história do esporte, e que resume o tom emocional deste marcante documentário.
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