O estadista Winston Churchill tem sua vida destrinchada em nova série da Netflix| Foto: Netflix/Divulgação
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“O preço da grandeza é a responsabilidade”, disse certa vez Winston Churchill, ex-primeiro ministro do Reino Unido e um dos principais líderes durante a Segunda Guerra Mundial. Ele é o tema de Churchill em Guerra, nova minissérie da Netflix que traça a trajetória do político com falas do próprio. Em quatro episódios, o espectador aprende como o britânico nem sempre acertou, mas ainda assim foi capaz de mudar os rumos da história no século XX. 

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Para contar a vida de Churchill, o seriado pegou a autorização de seus herdeiros para usar inteligência artificial e recriar a voz do estadista, utilizada na leitura de parte das mais de seis milhões de palavras escritas por ele em sua vida – mais do que William Shakespeare e Charles Dickens somados, segundo a introdução do primeiro episódio. A produção também resgatou fotos e vídeos históricos e os coloriu digitalmente, trazendo maior atualidade para as imagens. Tudo isso ajuda na imersão de quem conhece ou está descobrindo pela primeira vez essa biografia.

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A Netflix arriscou em uma tendência que já foi vista em seus documentais sobre o físico Albert Einstein e o delegado Wyatt Earp. O streaming incluiu dramatizações de momentos importantes da vida de Churchill. Essa decisão gera um dos únicos pontos fracos de Churchill em Guerra, afinal as atuações nas reencenações deixam muito a desejar e são hagiográficas – vale lembrar que Gary Oldman viveu o primeiro ministro com maestria em O Destino de Uma Nação, de 2017.  

Corajoso, ousado e original

Os quatros capítulos abordam Churchill por meio das guerras que participou. Há tanto relatos sobre ele como soldado quanto como o líder de uma das nações responsáveis por derrotar os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Essa ampla gama de visões revela diferentes facetas do estadista, seja como um grande orador ou, acima de tudo, alguém que governava independentemente de rótulos. 

Essas etapas da vida de Churchill são analisadas por historiadores que possuem visões discrepantes acerca dele, com direito a uma das profissionais traçando um paralelo entre o pragmatismo de Churchill e a realpolitik, termo pejorativo criado para cunhar a diplomacia feita sem valores, apenas com foco em resultados. Uma opinião controversa, já que o líder era um homem repleto de pensamentos elevados sobre honra, guerra e paz. Mas esse choque de visões é um ponto forte da minissérie, aprofundando a discussão sobre o líder. 

Os momentos mais interessantes são quando outros políticos analisam a sua vida. Dentre eles, destacam-se o ex-presidente americano George W. Bush e outro ex-primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Ambos rasgam elogios a Churchill e ressaltam como esse símbolo do século XX ainda pode servir de inspiração para outros conservadores.  

Em seu livro de 2014, O fator Churchill, Johnson afirmou que seu colega de ofício foi o político “mais corajoso, o mais ousado e o mais original”. Quem assistir ao lançamento da Netflix pode achar o mesmo, pegando uma ou duas lições que revelam como ele continua um nome assustadoramente atual. 

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  • Churchill em Guerra
  • 2024
  • Quatro episódios
  • Indicado para maiores de 16 anos
  • Disponível na Netflix
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]