A boneca M3gan, protótipo de brinquedo capaz de assombrar a vizinhança| Foto: Universal/Divulgação
Ouça este conteúdo

A estreia do sexto filme da franquia Pânico mobilizou os cinemas na última semana. Pena que o filme entregue mais do mesmo, algo que só agrada quem já é fã do batido enredo com adolescentes sendo perseguidos por um assassino usando máscara. Por sorte, o cinema de horror e suspense tem ofertado títulos que vão além do trivial e até tem proposto debates interessantes sobre a contemporaneidade. Aqui vai uma lista de cinco trabalhos recentes que confirmam que filmes de terror podem ser mais do que uma sequência de sustos e assassinatos (ainda que sem desprezar esses elementos).

CARREGANDO :)

M3gan

CARREGANDO :)

Um dos filmes de maior bilheteria por aqui em 2023, M3gan poderia ser somente uma versão atualizada de Chucky e demais bonecos assassinos, mas sua premissa é mais ambiciosa. A menina protagonista do filme perde os pais num acidente e vai morar com a tia, uma desenvolvedora de brinquedos solteirona que, ironicamente, não tem jeito nem desejo de lidar com crianças. Dar para a sobrinha a boneca M3gan, seu protótipo mais avançado, parece a solução perfeita para resolver esse problema. Pais que terceirizam os filhos para serem educados pelos programas de TV e vídeos de YouTube certamente vão ter medo em dobro quando perceberem as maldades que a boneca é capaz de fazer com o cachorro da vizinha e outros seres infelizes que cruzarem seu caminho.  
Onde assistir: disponível para locação via Now, Apple TV, Google Play e Prime Video

Publicidade

A Luz do Demônio

Lançado no final de 2022, A Luz do Demônio passaria batido como só mais um filme de exorcismo, subgênero bastante explorado no universo do horror e que volta a ficar na moda de tempos em tempos. A novidade aqui é que os rituais são capitaneados por uma jovem, a freira Ann. No roteiro, o mundo vive uma onda de possessões demoníacas, o que faz a Igreja Católica abrir nova classe para formações de exorcistas. Ann começa a se infiltrar nas aulas e, com muito custo, convence os superiores de que pode ser a primeira mulher a expulsar demônios com anuência do Vaticano. Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive jogando água benta em quem levita e dá giro de 360 graus com a cabeça.
Onde assistir: disponível para locação na Apple TV e serviços da Claro

O Menu

Este filme poderia tanto estar aqui quanto numa lista de humor negro. O fato é que poucas vezes o cinema foi tão inventivo nos últimos tempos e esse hibridismo só reforça o quanto O Menu é único. Na história, um seleto grupo de comensais vai até uma ilha ter a experiência gastronômica de suas vidas, num cardápio preparado pelo estrelado chef Slowik, vivido por um macabro Ralph Fiennes. Suicídios, mutilações e jogos de sobrevivência vão sendo encadeados até o espectador atinar que está num filme sobre seita. É certo que zombar de ricaços que podem pagar fortunas em refeições exclusivas está virando algo batido, mas O Menu pega essa tendência e adiciona recursos de horror, o que torna o banquete inesquecível.
Onde assistir: Star+

Fresh

Em sua primeira meia hora, Fresh aborda a fragilidade afetiva de quem está “no mercado”, à caça de um amor para a vida. Mesmo com todos os artifícios tecnológicos hoje disponíveis para se fazer pesquisas antes do primeiro encontro, a protagonista encarnada por Daisy Edgar-Jones acaba se envolvendo com a pessoa errada e ainda sendo vítima do bom e velho “boa noite Cinderela”. Ao acordar, descobre ter virado presa de uma confraria que se alimenta de carne humana. Esteticamente, Fresh remete ao clássico moderno Psicopata Americano (2000) e tem uma certa tosquice nas imagens, algo que parece até homenagem aos filmes de terror dos anos 80. Não recomendado para vegetarianos nem veganos.  
Onde assistir: Star+

Publicidade

Até os Ossos

Mais uma obra sobre canibalismo, mas com um olhar poético que Fresh não tem. Caso as cenas em que os protagonistas vividos por Timothée Chalamet e Taylor Russell devoram corpos humanos não existissem, Até os Ossos poderia ser encarado como um belo drama romântico. Mas o diretor italiano Luca Guadagnino foi bem explícito nas passagens canibais, com muito sangue e até alguns sustos (o espectador nunca sabe quando o casal de jovens terá vontade de morder o dedo de alguém). Para quem gostar da história de amor bizarra que conduz o filme, vale procurar pelo sueco Border (2018), cujo parentesco é evidente.   
Onde assistir: disponível para locação via Google Play e Prime Video