Sir Paul McCartney é cidadão brasileiro? Isso não é verdade, mas pode se tornar, caso um requerimento do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) seja aprovado. O político apelou à Câmara dos Deputados para que o eterno Beatle seja reconhecido como um “cidadão honorário da República Federativa do Brasil”. O pedido é feito com urgência, afinal o autor de hits como Yesterday, Let It Be e Can't Buy Me Love está no Brasil para oito shows, numa excursão que começou no fim de novembro e segue até 16 de dezembro, em apresentação no Maracanã que será transmitida ao vivo pelos canais Disney+ e Star+.
Por si só, a turnê Got Back, que revisita seus maiores sucessos, não justifica a ideia da cidadania brasileira, mas o senhor de Liverpool (81 anos completados em junho) possui um belo histórico com o país. Suas passagens, que têm acontecido desde 1990, já foram marcadas por inusitados insetos, conexão com o chorinho e até um “tibum” na Baía de Guanabara.
Conheça abaixo cinco momentos únicos em que Macca provou que merece o título de brasileiro honorário.
No templo do choro
Sua chegada ao Brasil em 2023 gerou burburinho imediato. O motivo: em cima da hora, ele anunciou uma apresentação para cerca de 400 pessoas em Brasília. A produção de McCartney escolheu como local o Clube do Choro, fundado em 1977 e considerado um patrimônio imaterial do Distrito Federal desde 2008. Mesmo que a divulgação tenha sido uma surpresa para os fãs sortudos que conseguiram ingresso, a equipe ocupou o espaço por três dias para preparar o espaço e pediu sigilo, segundo Reco do Bandolim, presidente do clube em uma entrevista ao jornal Folha de Pernambuco. Para se entender o tamanho do local, o menor que Sir Paul tocou no país, ele tem uma capacidade similar à do Cavern Club, casa de shows onde os Beatles tocavam no começo de sua carreira em Liverpool.
Recorde de responsa
Em 1990, os brasileiros receberam pela primeira vez a notícia de que um Beatle estaria fazendo shows no Brasil. A vinda foi marcada por duas noites no Estádio do Maracanã, abrindo ao país a oportunidade de receber um de seus primeiros megashows, que hoje fazem parte de nossa rotina. Com 150 toneladas de equipamentos de som e luzes, McCartney lotou ambas as apresentações, somando um total de 184 mil ingressos vendidos e entrando para o Guiness Books of Records como o maior público pagante para ver um único artista na história. "O que mais gostei é que pessoas da minha equipe foram para a multidão e disseram que havia gente fazendo amor na plateia. Eu não vi, mas gostaria de ter visto isso", brincou Macca sobre sua primeira passagem no Maraca, em entrevista ao programa Conversa com Bial. Que ninguém se empolgue demais no dia 16 porque o evento será televisionado e crianças estarão assistindo!
Passeios típicos
Após a conclusão da atual turnê brasileira, Paul McCartney baterá a marca de 37 shows realizados no Brasil, o quinto destino que ele mais visitou em sua carreira solo, tendo tocado em quatro das cinco regiões – só falta o Norte. Isso coloca nosso país atrás apenas dos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Alemanha. Além das apresentações, o músico sempre aproveita as vindas para fazer passeios. Na visita de 1990, foi convidado para passear de barco pela Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, acompanhado da ex-esposa Linda e dos filhos Stella e James. Segundo o livro de Luiz Oscar Niemeyer, empresário responsável pela produção de todos os shows brasileiros, Paul chegou a cair do barco e deu um mergulho forçado nas águas oceânicas. Depois disso, ele pedalou sua bicicleta no Parque do Povo, em São Paulo, nas visitas de 2010 e 2019 – acompanhado de seus seguranças, claro. Deve ter sido demais para quem estava fazendo seu exercício regular no local avistar um Beatle dando rolê de bike pertinho do Rio Pinheiros.
Chuva de esperanças
Em 2013, Macca tinha um show previsto para acontecer no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Mas tudo deu “errado”. O espaço estava em reforma e não ficaria pronto para sua apresentação. A saída, proposta por Zezé di Camargo a Marconi Perillo, então governador de Goiás, foi a de levar o show para Goiânia. O político liberou o Estádio Serra Dourada e Paul ganhou um novo local para dominar com suas músicas. O que ninguém esperava é que canções doces como The Long and Winding Road teriam a participação especial de centenas de esperanças, insetos da mesma família dos grilos e gafanhotos que foram atraídos para o local por conta das luzes do espetáculo. O Beatle, um grande defensor da causa animal, delirou com a situação e até apelidou um dos amiguinhos voadores que pousou em sua camisa de Harold.
Back in Brazil
Se ainda existia alguma dúvida do amor de Sir Paul por nosso país, ela foi dizimada em 2018, quando ele lançou a música Back in Brazil. Presente em seu disco Egypt Station, a canção só foi tocada durante sua passagem pelo país em 2019, além de ter uma recepção morna pela crítica especializada – a revista Rolling Stone cravou que essa é uma das canções mais estranhas daquele álbum. Apesar disso, ganhou um belo videoclipe, que acompanha uma mulher brasileira passeando por Salvador no dia de uma apresentação do Beatle, gravada na Arena Fonte Nova, em 2017. Nenhum outro país tem um vídeo-homenagem de Paul McCartney.
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