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Cineasta Roman Polanski é acusado de ter abusado de garota de 10 anos em 1975

O diretor durante o Festival de Cinema de Marrakesh, em 2008. | Arquivo/Abdelhak Senna
O diretor durante o Festival de Cinema de Marrakesh, em 2008. (Foto: Arquivo/Abdelhak Senna)

Uma mulher acusou Roman Polanski, 84 anos, de tê-la abusado sexualmente em 1975, quando ela tinha 10 anos. A artista californiana Marianne Barnard fez a acusação em sua conta no Twitter em 13 de outubro:

“#RomanPolanski tirou fotos minhas nua e usando um casaco de pele em uma praia em Malibu quando eu tinha 10 anos de idade. Ele seguiu em frente a partir dali. Isso acaba agora #ROSEARMY”.

Essa é pelo menos a quarta acusação contra Polanski ligada à violência sexual contra mulheres menores de idade. Em 1977, o cineasta franco-polonês foi processado e preso nos Estados Unidos, onde vivia, sob a acusação de ter drogado e estuprado Samantha Geimer, então com 13 anos.

Ele chegou a ficar detido por mais de 40 dias, mas foi libertado antes do julgamento, e fugiu para a França após saber que a Justiça pretendia condená-lo.

Polanski, que à época havia lançado filmes considerados clássicos, como “Chinatown” (1974) e “O Bebê de Rosemary” (1968), e já era considerado um mestre do horror e do suspense no cinema, foi posteriormente condenado à revelia. Com medo de ser preso, nunca mais voltou aos EUA. Ele chegou a ser detido na Suíça, a pedido da Justiça dos EUA, quando participava de um festival de cinema no país, mas a extradição foi negada.

A acusação continua aberta em Los Angeles, mas, até aqui, o cineasta - que era casado com a atriz Sharon Tate quando ela, grávida, foi morta por comparsas do serial killer Charles Manson - também escapou de pedidos semelhantes apresentados nas Justiças da França e da Polônia.

“Eu também”

A nova acusação contra o renomado diretor vem na esteira de campanhas e denúncias contra assediadores após atrizes como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Léa Seydoux divulgarem acusações de assédio e estupro contra Harvey Weinstein.

Produtor de filmes e executivo renomado no cinema norte-americano, Weinstein foi demitido da companhia que ajudou a fundar e expulso da Academia do Oscar.

A atriz Alyssa Milano convidou mulheres a escreverem #MeToo (“Eu também”) no Twitter caso já tivessem sofrido assédio sexual. Sua campanha recebeu quase 70 mil respostas na rede social e virou mote para novas denúncias de assédio e estupro em todo o mundo.

A hashtag #RoseArmy (Exército da Rose, em inglês) foi criada pela atriz Rose McGowan, que, segundo o jornal “The New York Times”, recebeu US$ 100 mil de Weinstein em um acordo judicial após acusá-lo de assediá-la em um quarto de hotel em 1997, durante o festival de cinema Sundance. Posteriormente, McGowan alegou que Weinstein a havia estuprado.

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