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Série conservadora

Com Harrison Ford, “1923” conta o que acontece antes de “Yellowstone”

Harrison Ford e Helen Mirren são as duas grandes estrelas de "1923" (Foto: Paramount Pictures/Divulgação)

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Pouco antes do lançamento de Falando a Real, a primeira série gravada por Harrison Ford em sua carreira, o astro de filmes como Indiana Jones Blade Runner chegou às televisões com 1923. Disponível na Paramount+, a produção é uma prequela (ou seja, uma história que se passa antes da original) para Yellowstone. A premissa é basicamente a mesma, mas se passa cerca de setenta anos antes, apresentando os desafios da família Dutton para proteger o seu rancho, o maior dos Estados Unidos, dos problemas que aparecem conforme o país vai crescendo e se tornando cada vez mais corrupto.

No caso deste ótimo spin-off, o patriarca Jacob Dutton, encarnado por Ford, e a matriarca Cara Dutton, vivida por Helen Mirren, enfrentam dificuldades características do início do século XX nos EUA, como a Lei Seca e o início da Grande Depressão, que já afetava a região de Montana, onde a série está ambientada, antes do crash da Bolsa de Valores de Nova Iorque. 1923 também retrata problemas como a invasão da propriedade e a cobrança de impostos – ainda hoje, que dono de grandes áreas não passa por isso?

Justamente por criticar esse tipo de ocorrências e mostrar suas perversidades, a série com Ford é acusada nos EUA de ser extremamente “conservadora”. Mas isso não parece ser um problema para sua produtora. Segundo a Paramount, a noite de lançamento de 1923 trouxe 7,4 milhões de espectadores para sua plataforma de streaming, o que tornou essa a maior estreia de uma produção própria. Não por acaso, uma segunda temporada já está garantida. O investimento foi de cerca de 22 milhões de dólares para a produção de cada episódio já lançado – ou seja, cerca de 880 milhões de reais só para a gravação da primeira parte da série.

Convite com vinho  

O criador, Taylor Sheridan, fez um movimento arriscado ao convidar Ford para o papel principal. Sabendo que o ator já entraria no mundo da televisão após aceitar seu papel em Falando a Real, ele concluiu que o veterano seria perfeito para o universo de Yellowstone, porém fez a abordagem sem um roteiro pronto. “Preciso saber para quem estou escrevendo. Cansei de imaginar um ator e depois descobrir que ele não estava livre por causa de uma porcaria de programa da Netflix”, desabafou Sheridan, em entrevista ao Deadline.

Sua ideia então foi convidar o eterno Han Solo para tomar algumas taças de vinho em seu rancho – e, como de praxe, o ator octogenário fez a viagem até o local com o seu próprio avião. O truque funcionou com Ford e foi replicado com a também veterana Helen Mirren, que para sempre será lembrada pelo trabalho em A Rainha.

Mas o vinho não foi o único fator que fez Ford aceitar o convite. “Tive fé de que o criador do projeto entregaria um ótimo roteiro”, pontuou em entrevista ao The Hollywood Reporter. “Não tinha ideia do tanto de trabalho que seria fazer 1923, mas acho que valeu muito à pena. Estou animado para rodar outra temporada.”

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