Um psicopata bêbado e sanguinário ou um ardiloso metalista. Assim duas das séries de televisão americanas mais importantes e longevas, “Além da imaginação” e “Os Simpsons”, retrataram a figura de Fidel Castro.
O ditador, cuja morte aos 90 anos, na última sexta-feira (25), motivou luto e celebração em diferentes partes do mundo, foi personagem constante de sátiras durante os mais de 50 anos em que permaneceu no poder.
Sua personalidade forte, a retórica singular, a barba e a farda guerrilheira abasteceram caricaturas na tela durante décadas. Às vezes mostrado como um revolucionário corajoso, às vezes como um ditador autocrático.
Em um episódio de 1961 de “Além da Imaginação”, série de terror e ficção cientifica criada em 1959, mesmo ano da revolução cubana, Ramos Clemente (Peter Falk) é o líder guerrilheiro que vai enlouquecendo enquanto elimina os antigos companheiros de luta.
Constantemente bêbado, ele é atormentado pela própria imagem refletida no espelho da sala do palácio presidencial que parece ter vida própria.
Passando a perna em Burns
Já no episódio de “Os Simpsons”, de 1998, Fidel está prestes a desistir do comunismo e entregar a ilha aos Estados Unidos. “Eles não são tão maus, tem uma rua com o meu nome em São Francisco”.
Eis que chegam Homer J. Simpson e seu patrão, o senhor Burns, com uma proposta para comprar a ilha de Cuba com uma nota de um trilhão de dólares.
Fidel diz que Cuba não está a venda, mas pede para ver a nota. “Veja com os olhos e não com as mãos”, diz o senhor Burns. Homer o tranquiliza: “Acho que podemos confiar no presidente de Cuba”.
Fidel então passa a perna no empresário e embolsa a cédula deixando o inescrupuloso capitalista na miséria.
Senhor da Guerra
Premiado com o Oscar de melhor documentário em 2004, “Sob a Névoa da Guerra” traz uma entrevista relevadora com Bob McNamara, Secretário de Defesa de John Kennedy durante a crise dos mísseis.
“Em 1992, fiz três perguntas a Fidel Castro. A primeira era: ‘O senhor sabia da presença das ogivas?’ A segunda: ‘Se o senhor sabia, teria recomendado a Krushchev, caso os Estados Unidos invadissem a ilha, que ele as usasse?’ E a terceira: ‘E se ele tivesse usado, o que seria de Cuba?’ Ele respondeu na seqüência: ‘Eu sabia. Recomendei que as usasse. Destruição total’.”