John Gotti, Al Capone e Pablo Escobar são figuras “estudadas” em “Como se Tornar um Chefe do Crime”| Foto: Netflix/Divulgação
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O que acontece quando se junta a narração do ator Peter Dinklage, um passo-a-passo de como ganhar mais poder, e a história de personagens moralmente questionáveis? Para a Netflix, essa combinação já rendeu três séries diferentes. Depois de fazer sucesso com “guias” sobre tiranos e líderes de seita, a plataforma de streaming repetiu essa fórmula e criou Como se Tornar um Chefe do Crime, lançada em 14 de novembro.

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Nomes famosos do crime organizado, como Al Capone, Pablo Escobar e John Gotti, têm seus principais truques relatados ao longo de seis episódios da minissérie documental. Assim como nos lançamentos anteriores, cada um deles apresenta uma dica – de maneira irônica – para quem assiste e supostamente quer virar um gângster. O caminho de um mafioso é resumido pelos seguintes passos: “consiga o emprego dos sonhos”, "melhore as técnicas”, “aterrorize para dominar”, “não saia da linha”, “tenha um plano de longo prazo” e “quebre paradigmas”.

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Em vez de entregar as histórias mais famosas já nos primeiros capítulos, como vinha sendo o padrão da Netflix, a nova série distribui melhor os chefões, começando com Al Capone e terminando com Escobar. O legal disso é que suas trajetórias são construídas aos poucos, mostrando que todas as figuras já tomavam decisões questionáveis desde a infância ou adolescência – Escobar, por exemplo, vendia diplomas falsos para seus colegas quando ainda estava no colégio. Moralmente, nenhum deles nunca prestou.

Capatazes fanfarrões 

Para o peso de Como se Tornar um Chefe do Crime não ficar todo nas costas da narração de Dinklage, famoso pelo papel de Tyrion Lannister, em Game of Thrones, diversos entrevistados aparecem na tela. Há espaço para biógrafos dos personagens estudados, familiares e para capatazes de mafiosos. Esses são os mais divertidos, pois se portam como se tivessem saído diretamente de um roteiro do diretor Martin Scorsese ou da série Sopranos.

Com tais depoimentos é possível perceber como muitas organizações criminosas seguem um ethos, atuando como empresas convencionais. Mesmo que tenham aderido ao crime para ganhar dinheiro fácil, essas verdadeiras companhias de malandros possuem regras e expectativas. A única diferença é que vacilar dentro de uma máfia resulta em um tipo de “demissão” um pouco mais dramático.

Como esse já é o terceiro produto lançado nos mesmos moldes, nenhuma novidade no formato deve ser esperada pelo espectador. Mas isso não torna os novos capítulos na série Como se Tornar...  decepcionantes. Pelo contrário. O lançamento conquista quem é fã de histórias sobre crimes por seu tom satírico característico e também pela riqueza de detalhes da vida dos biografados.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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