“Sound of Hope” é a nova aposta do Angel Studios para lotar os cinemas| Foto: Angel Studios/Divulgação
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No ano passado, Som da Liberdade conquistou o mundo com uma história que aumentou a conscientização sobre o tráfico de crianças. Já no último dia 4 de julho, o Angel Studios, responsável pelo lançamento do filme de 2023 e pela série The Chosen: Os Escolhidos, começou a capitalizar em cima desse grande sucesso dos cinemas com mais uma obra centrada em crianças.

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Batizado de Sound of Hope: The Story of Possum Trot (em tradução literal, Som da Esperança: a História de Possum Trot), dirigido e co-escrito por Joshua Weigel, o longa recém-lançado nos Estados Unidos narra a vida real de um pastor batista e sua esposa. Eles lideram uma igreja rural negra na adoção das crianças mais vulneráveis do orfanato local. Vinte e duas famílias na pequena cidade de Possum Trot, no Texas, adotaram 77 crianças. No final do filme, não sobra uma criança para ser adotada num raio de 160 quilômetros de Possum Trot. Se Som da Liberdade proporcionou um vislumbre dos horrores do tráfico de crianças, Sound of Hope dá ao público esperança sobre outro tipo de criança perdida. 

O CEO do Angel Studios, Neal Harmon, disse à revista National Review que considera a dupla de filmes uma antologia focada em salvar crianças. Apesar de seus gêneros muito diferentes – Som da Liberdade é um thriller de ação e Sound of Hope um drama baseado na fé – eles compartilham um tecido conjuntivo que une suas mensagens. 

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Harmon acredita que o novo filme, ainda sem previsão de estreia no Brasil, pode conseguir mais êxito financeiro e elogios do público que do que o anterior recebeu no ano passado. Som da Liberdade arrecadou US$ 250 milhões nas bilheterias mundiais e recebeu uma impressionante pontuação de audiência de 99% no agregador crítico Rotten Tomatoes – a pontuação da crítica caiu para 57% porque os principais meios de comunicação afirmaram que a representação do tráfico sexual no filme era imprecisa e sensacionalista. Mesmo assim, a obra atingiu um raro sucesso. 

O Angel Studios espera que Sound of Hope seja um grande sucesso de bilheteria e de crítica também, em parte porque aborda um problema mais tangível do que o tráfico de crianças: a crise americana de adoção. O boca-a-boca positivo para Sound of Hope já se espalhou rapidamente após suas sessões de pré-estreia em junho. 

As primeiras análises do Rotten Tomatoes sugerem que tanto as publicações religiosas quanto as seculares concordam com a descrição de Harmon do filme como uma “experiência incrível”. A revista cristã World escreveu que a história “retrata a fé autêntica”, embora nunca pareça “pregatória”. O site de entretenimento online Film Threat chamou Sound of Hope de “filme recheado de mensagens” que é ao mesmo tempo “agradável e educativo”. 

Embora Sound of Hope seja um filme cristão que apela às sensibilidades conservadoras, Harmon espera que a obra não seja rotulada como “religiosa” ou “conservadora”. Em vez disso, ele quer que as pessoas viagem numa história convincente. “Há cinquenta anos não havia distinção. Não existia algo conservador ou baseado na fé. Você assistia a um filme no cinema e a fé era apenas parte disso”, disse ele. “É simplesmente uma ótima história, e todas as melhores histórias têm a fé como parte de seu alicerce.” 

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Terri, a menina gato

Sound of Hope tem uma ótima história. Retrata habilmente a turbulência emocional que as crianças adotivas vivenciam e sem fugir desses momentos desconfortáveis. Uma adolescente em particular, Terri (interpretada por Diaana Babnicova), é a personagem mais traumatizada, e seu mecanismo de enfrentamento é agir como um gato. Embora seu pai adotivo a ajude a quebrar esse hábito, ela continua lutando para confiar em sua nova família e não consegue compreender que alguém realmente a ama agora. Um cineasta inferior poderia ter encoberto essas realidades dolorosas; Weigel vai para cima delas. 

Resta saber quanto dinheiro Sound of Hope arrecadará nessa jornada nos cinemas americanos e, depois, no resto do mundo. Seria difícil capturar o relâmpago de Som da Liberdade em uma garrafa duas vezes, e a segunda entrada nesta “antologia” pode não ser tão divertida ou emocionante quanto a do primeiro longa. 

Mas o foco em algo mais familiar para a vida da maioria das pessoas pode ser inspirador. “Ouvi espectador dizendo que é o filme mais impactante que viu na vida”, disse Harmon, que participou de várias exibições esgotadas antes da data oficial de lançamento. Muitos também saíram dos cinemas pensando no que poderão fazer a seguir, segundo ele. 

Uma resposta óbvia: os próprios espectadores se tornarem pais adotivos ou tutores. Essa é apenas uma das maneiras pelas quais Sound of Hope pode se tornar, como seu antecessor, não apenas um filme, mas um fenômeno cultural. 

© 2024 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês

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