A cronista, escritora e ex-modelo Danuza Leão morreu na noite desta quarta-feira (22), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ela sofria de enfisema pulmonar e, segundo informações da família, a causa da morte foi insuficiência respiratória. O corpo de Danuza será cremado no Cemitério do Caju, na sexta-feira (24).
Nome marcante na cena cultural carioca do século passado, a capixaba de Itaguaçu foi a primeira brasileira a desfilar nas passarelas do exterior, na década de 1950. Irmã da cantora Nara Leão (falecida em 1989), Danuza viu o nascimento da bossa nova em seu apartamento em Copacabana, onde reunia grandes artistas da época.
Ela foi casada com Samuel Wainer, jornalista que fundou, em 1951, o extinto jornal Última Hora. Eles tiveram três filhos: Samuel Wainer Filho, Pinky Wainer e Bruno Wainer. Após o divórcio, Danuza se casou outras duas vezes, com o compositor e cronista Antônio Maria e com o jornalista Renato Machado.
Danuza Leão foi produtora de arte, jurada de programa de televisão, entrevistadora e empresária de moda. Em 1967, atuou no filme “Terra em transe”, de Glauber Rocha, e em 1992 alcançou sucesso como escritora, com seu segundo livro, o best-seller “Na sala com Danuza”. Ela ganhou dois prêmios Jabuti, com “Quase tudo”, livro de memórias lançado em 2005, e “Danuza Leão fazendo as malas”, publicado em 2008.
Ela atuou como cronista na imprensa brasileira, escrevendo sobre temas como comportamento, família, relacionamento e dicas de etiqueta. Foi colunista dos jornais Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil e O Globo.
Conhecida por seus textos polêmicos, em 2019, anunciou que pararia de escrever por culpa do politicamente correto. "Quando comecei a escrever, podia tudo. Relendo coisas que escrevi há 15, 20 anos, mal posso acreditar na liberdade que se tinha - e como era bom. Mas não há bem que sempre dure; veio o politicamente correto e o moderno feminismo, que tornaram a vida melancólica e sem graça, afastando essa coisa tão boa, que é o encontro entre homens e mulheres. Encaretamos!", escreveu na época.