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As dez melhores séries de 2024

"O Museu", "Acima de Qualquer Suspeita" e "Wyatt Earp" foram alguns dos destaques de 2014
"O Museu", "Acima de Qualquer Suspeita" e "Wyatt Earp" foram alguns dos destaques do ano (Foto: Divulgação)

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Ao analisar a seleção de dez séries que escolhemos para essa lista de melhores do ano, veio a certeza de que, sim, 2024 teve muita produção que justificou a presença do espectador por horas e horas pregado na telinha do streaming. Boas novidades, grandes despedidas e séries que mantiveram ou recuperaram seu fôlego e poderiam estar aqui, casos de Fargo e Slow Horses.

O principal destaque foi O Museu, que estreou no meio do ano e, há poucas semanas, já apresentou a segunda temporada, mantendo o pique da primeira. Poucos realizadores estão tão ligados nos dilemas contemporâneos quanto os argentinos por trás dessa preciosidade, que caçoa de artistas pedantes, de políticos sem convicção e de modismos odiosos, que passam por cima de questões estéticas, algo que deveria reinar dentro de um museu.

Entre as séries que nos deram adeus em 2024, é impossível não falar de Larry David e sua Segura a Onda (Curb Your Enthusiasm). O humorista, que fez fama escrevendo Seinfeld, partiu para uma jornada solo na virada do milênio e seguiu esticando a corda até onde deu, batendo de frente com o politicamente correto e as patrulhas mirins. Agora chegou a hora de Larry se aposentar, mas ele deixou sua semente bem plantada, vide a própria O Museu citada acima.

E claro que a lista também tem Ripley, Bebê Rena, Xógum e demais sucessos do ano. A seguir, nossas escolhidas.

O Museu

Antonio Dumas tem meio século de experiência no circuito das artes plásticas, com livros usados em escolas e tudo mais. Mesmo assim, ao concorrer a uma vaga para dirigir o Museu Ibero-americano de Arte Moderna da Madri contra duas novatas (e representantes da onda identitária), Dumas não parece o favorito. Ele mesmo não se coloca nessa posição. No processo seletivo, ao ser instado a se posicionar sobre o tema, diz à comissão julgadora: “Sou homem, sou branco, sou velho e sou heterossexual. Obviamente, as outras duas candidatas são escolhas mais conservadoras para vocês”. A cena antológica é só um aperitivo de O Museu, série que rendeu duas temporadas de seis episódios cada neste ano no Disney+. Os realizadores são três argentinos bem conhecidos de quem acompanha o melhor humor latino-americano. Mariano Cohn e os irmãos Gastón e Andrés Duprat são responsáveis por séries divertidíssimas como O Faz Nada e Meu Querido Zelador, que chegou à terceira temporada e também poderia estar nesta lista. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.

Onde assistir: Disney+. 

Segura a Onda

Para não gerar falsas esperanças, a temporada conclusiva de Curb Your Enthusiasm veio mesmo com um astral de encerramento. Vários personagens que interagiram com Larry David ao longo desse quarto de século em que o seriado existiu voltaram para dizer adeus, desde Cheryl Hines, muito marcante nos primeiros anos por atuar como esposa do protagonista, até a britânica Tracey Ullman, o destaque da 11ª temporada no papel da nada atraente vereadora Irma Kostroski, com quem Larry se envolveu romanticamente para influenciar na mudança de uma lei estúpida de Los Angeles. Leon Black, personagem de J.B. Smoove que passou a dividir moradia com Larry a partir da 6ª temporada e rapidamente virou um queridinho do público, também teve grande destaque nos episódios finais, com chistes sobre mau comportamento em restaurantes self-service e seu jeito folgazão, para dizer o mínimo. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.

Onde assistir: Max. 

Wyatt Earp and The Cowboy War

Uma das surpresas do ano foi essa série documental que fez a cabeça dos fãs de faroeste. Com depoimentos de historiadores e dramatizações muito bem-feitas, os capítulos revelam a trajetória de Wyatt Earp, um homem da lei americano que se destacou por sua coragem contra a bandidagem no Velho Oeste. A história é narrada com maestria pelo ator Ed Harris, que participou de filmes como Apollo 13 e O Show de Truman – O Show da Vida. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais

Onde assistir: Netflix. 

Acima de Qualquer Suspeita

O ator Jake Gyllenhaal é o grande trunfo dessa série, baseada em um livro de Scott Turrow e também uma refilmagem de um longa de mesmo nome dos anos 1990. Seus episódios acompanham o julgamento de Rusty Sabich, um promotor que é acusado de matar sua colega e amante. O roteiro se desdobra durante a investigação e julgamento de Sabich, deixando a revelação de sua culpa ou inocência somente para o último capítulo. Foi um golaço da Apple TV+, que já renovou o produto para uma segunda temporada. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais

Onde assistir: Apple TV+. 

Xógum: A Gloriosa Saga do Japão

Ganhadora de 18 prêmios no Emmy, essa série foi facilmente uma das melhores de 2024. Baseada em um romance histórico de James Clavell, ela retrata o caminho de um navegador inglês cruzando com o de um importante senhor feudal no Japão. De maneira improvável, eles acabam deixando as diferenças culturais de lado e se apoiando para reconquistar o poder que outrora tiveram. Os dez episódios possuem elementos para cativar qualquer fã do sucesso Game of Thrones. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais.

"Xógum" acompanha John Blackthorne, navegador inglês que deve viver na cultura samurai"Xógum" acompanha John Blackthorne, navegador inglês que deve viver na cultura samurai (Foto: Disney+/Divulgação)

Onde assistir: Disney+. 

Ripley

Desta vez é Steven Zaillian, mais conhecido por seus trabalhos como roteirista em A Lista de Schindler (1993), Gangues de Nova York (2002) e O Irlandês (2019), quem lidera uma nova adaptação da história desse inquietante criminoso criado pela escritora Patricia Highsmith. A divisão em capítulos permite explorar a história em um ritmo lento e contemplativo, focando nos detalhes e nos procedimentos com um estilo muito requintado. Esta é a principal razão pela qual a série não foi tão bem recebida pelos assinantes da Netflix. Talvez ela seja muito sofisticada para um público não cinéfilo ou pouco inclinado à contemplação. Mas o que Zaillian faz é uma obra de arte. A fotografia em preto e branco com a qual ele retrata, de maneira belíssima, as cidades italianas de Roma e Veneza, te deixa sem fôlego a cada cena. Ele cria verdadeiras pinturas e jogos de luzes, muito expressionistas e barrocos, destacando o caráter ambíguo do protagonista, enfatizado pela presença do ator irlandês Andrew Scott (que fez o padre na série Fleabag e o vilão Jim Moriaty em Sherlock). (Gema Pérez Herrera) Leia o texto completo.

Onde assistir: Netflix. 

Pinguim

Ninguém aguenta mais filmes de super-heróis. No entanto, essa série sobre um dos principais vilões do Batman entra na categoria imperdível. Em vez de oferecer uma história excessivamente fantasiosa, ela acompanha a formação do Pinguim como um mafioso aos moldes de Tony Soprano (de Família Soprano). Seus episódios revelam o envolvimento dele com certas "famiglias" e tudo que ele faz para se livrar dos problemas e conquistar um pouquinho mais de dinheiro e poder. Irreconhecível, o ator irlandês Colin Farrell entrega uma ótima atuação, apoiado por próteses que o deixaram praticamente deformado. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais

Onde assistir: Max. 

Bebê Rena

A minissérie de sete episódios foge da bobajada mais recente ofertada pela Netflix e entrega um thriller de humor negro que poucos conseguem abandonar antes da chegada da memorável cena final. Parece, à primeira vista, uma convencional história de stalking. Richard Gadd usa o nome Donny Dunn no seriado. Ele é um comediante medíocre que trabalha de barman enquanto faz suas aparições nos palcos, em busca da grande chance como artista. Num dia qualquer, avista uma mulher triste e feiosa no bar e oferece um chá a ela. A cortesia é suficiente para que Martha, a tal mulher, vivida pela ótima Jessica Gunning, fique obcecada por Donny e passe a bater cartão no estabelecimento, além de passar a assediá-lo por e-mail e pelas redes sociais. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.

Onde assistir: Netflix. 

Matéria Escura

Para os fãs de ficção científica, o ano não teve muitos destaques. Matéria Escura foi a grande surpresa. A série acompanha um professor universitário que é raptado e acaba acordando em uma realidade paralela. O começo é um pouco lento, mas quando o produto engata, o espectador entende o sufoco que o protagonista terá de passar para tentar voltar à sua realidade e, mais importante, à sua família. Mesmo com essa premissa, o seriado não viaja muito na maionese e tenta oferecer explicações plausíveis. Isso se dá graças ao fato de o autor Blake Crouch ter consultado físicos e cientistas antes de escrever sua obra e os roteiros. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais.

Onde assistir: Apple TV+. 

Senna

O seriado brasileiro mais aguardado do ano chegou perto de seu fim, mas conquistou números arrebatadores. Foi a série de língua não-inglesa mais assistida na Netflix, atraindo milhares de pessoas para a jornada daquele que para sempre será um dos principais pilotos da Fórmula 1. Ela presta uma bela homenagem a Ayrton Senna, ajudando a cimentar sua fama de herói nacional. Mesmo com algumas liberdades e omissões no roteiro, a produção é emocionante e agradou tanto aos fãs de automobilismo quanto a quem gosta de boas histórias. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais

Onde assistir: Netflix. 

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