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Dia dos pais: cinco livros que abordam a paternidade

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A relação com os pais é em geral um dos vínculos mais fortes ao longo da vida, e a literatura reflete isso. Há exemplares que homenageiam o progenitor, como “Aprendi com meu Pai”, de Luís Colombini, e outros que refletem quase que uma psicopatologia relacionada ao medo da coerção, como no clássico “Carta ao Pai” – que, como toda sua obra, Franz Kafka não pretendia que viesse a público. Na semana do Dia dos Pais, a Gazeta do Povo sugere alguns bons títulos para refletir sobre a influência desses homens em nossas vidas.

Memórias norueguesas

Na série de livros “Minha Luta”, o norueguês Karl Ove Knausgård parte da própria vida e nela mescla a ficção, uma tendência já duradoura na literatura. O importante é que sua escrita, provida de boas traduções, se conecta como leitor de forma muito viva, tendo como pressuposto uma transparência extrema, num estilo muito direto. O primeiro livro da “hexalogia” é “A Morte do Pai” (2013), em que aborda a intempestiva figura paterna, que levou a família à ruína. Já saíram também “Um Outro Amor” (2014) e “A Ilha da Infância” (2015). A reminiscência tem rendido comparações ao que Marcel Proust faz na também longa série “Em Busca do Tempo Perdido”.

Autor: Karl Ove Knausgård

Preço médio: R$ 52

Editora: Companhia das Letras

Ficção pessoal

O estilo de Paul Auster lembra o da confissão pessoal, numa jornada que busca a autocompreensão. O encontro do nova-iorquino de 68 anos com o tema da paternidade se dá em “A Invenção da Solidão”, de 1999. Em duas partes, ele cria um enredo a partir das próprias memórias. Primeiro volta ao passado e repensa a figura do pai, morto recentemente. Depois, olha friamente para a relação com o próprio filho, percebendo a repetição de padrões que não é capaz de interromper. Dando espaço ao crítico literário que existe nele, aborda obras como “As Aventuras de Pinóquio”, “As Mil e uma Noites”, a poesia de Hölderlin, Mallarmé e Marina Tzvetáieva, o pensamento de Proust e Freud, além da pintura de Vermeer e Van Gogh.

Autor: Paul Auster

Ano de lançamento: 1999

Editora: Companhia das Letras

Verborragia e rancor

Um dos títulos mais impactantes relacionados à paternidade é “Carta ao Pai”, em que Franz Kafka dirige ao progenitor uma verborrágica desforra, ressentido de como a figura imponente o aterrorizava na infância. Ele nunca enviou o manuscrito e também não queria que viesse a público – mas um amigo se recusou a cumprir seu pedido para queimar toda sua obra.

Autor: Franz Kafka

Preço médio: R$ 16

Ano de lançamento: 1952

Editora: Companhia das Letras

Aprender observando

O jornalista Luís Colombini relembra cenas – 54, como diz o subtítulo – passadas com o pai, observando o progenitor. Frases, gestos, assuntos cotidianos. Como linha-mestre, o livro defende que a educação e a influência familiar vêm mais ao acaso, pela observação, do que por filosofias pedagógicas.

Autor: Luís Colombini

Preço médio: R$ 42

Ano de lançamento: 2006

Editora: Versar

Filhos ensinam

As jornalistas e escritoras Miriam Sanger e Angela Senra apresentam no livro lançado em 2014 depoimentos em que os entrevistados contam o que aprenderam com os filhos. A surpresa é como coisas pequenas rendem grandes lições.

Autor: Miriam Sanger e Angela Senra

Preço médio: R$ 29,90

Ano de lançamento: 2014

Editora: Saraiva

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