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Doc da Brasil Paralelo

“Duas Vidas” elenca as principais ideias defendidas por quem é contra o aborto

Pôster de "Duas Vidas: do que Estamos Falando Quando Falamos de Aborto" (Foto: Brasil Paralelo/Divulgação)

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"Meu corpo, minhas regras” é uma das frases mais utilizadas para resumir o debate sobre o aborto a uma simples decisão de liberdade individual. Mas quem diz isso chega a cogitar que há mais de uma pessoa envolvida na equação? Esse é um dos inúmeros questionamentos feitos por Duas Vidas: do que Estamos Falando Quando Falamos de Aborto, documentário lançado pela Brasil Paralelo para trazer à tona a óptica de quem é pró-vida.

Com apenas 1h15min de duração, a produção (que pode ser vista no streaming da BP ou de graça em seu canal no YouTube) aproveita o tempo relativamente curto com agilidade e didática, compilando pesquisas científicas, entrevistas e até trechos de filmes para construir sua visão. Muito além de um mero documentário sobre debate político, Duas Vidas propõe um olhar mais filosófico acerca do tema, posicionando o ser humano acima do conceito de “pessoa constitucional”.

A ética também é um ponto central do filme (e do próprio debate). Quando postos lado a lado, os argumentos pró-aborto e pró-vida se diferenciam justamente por essa característica. Enquanto quem defende a vida se preocupa com o sofrimento de um humano indefeso, a outra turma chega até a brincar com o assunto – algo ilustrado por uma performance no TikTok legendada com a seguinte frase: “meu feto dançando logo antes de ser abortado”.

Direito de nascer  

Além de exibir vídeos chocantes como o mencionado acima, o documentário reúne depoimentos de mulheres que passaram por situações em que realizaram ou ao menos cogitaram o aborto. Uma das principais vozes é a de Zezé Luz, presidente da Rede Colaborativa Pró-Vida, associação sem fins lucrativos que ajuda mulheres a entenderem mais sobre o “direito de nascer”.

“Fui sequestrada em uma moto por uma pessoa que era conhecida. Voltei para casa muito revoltada, mas não consegui, de imediato, fazer uma denúncia ou pedir ajuda. Dois meses e meio depois me descobri grávida”, conta Zezé. Com medo de colocar em jogo o seu futuro, ela realizou um aborto provocado. O relato é dado em tom de arrependimento e, mais à frente, esse sentimento fica ainda mais nítido com ela assumindo a tristeza por não ter protegido seu filho.

Duas Vidas ainda traz contextos históricos sobre o debate e apresenta figuras de impacto, como o médico americano Bernard Nathanson. Antes um grande defensor do aborto, ele mudou seu posicionamento após acompanhar um procedimento pelo ultrassom e perceber que o feto estava se debatendo. "Pude comprovar que é um ser humano com todas as suas características. E, se é uma pessoa, tem direito à vida”, afirma.

A produção da Brasil Paralelo pode não convencer os que defendem o direito ao aborto, principalmente considerando a polarização política que confiscou o assunto. Mas Duas Vidas esclarece com fatos e depoimentos quais são as ideias defendidas pelo movimento pró-vida. É um ótimo produto audiovisual para quem está desse lado e quer aprender mais sobre a questão, adquirindo argumentos baseados em dados da realidade para conversar de maneira mais saudável sobre tão espinhoso tema.

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