Chegou ao serviço de streaming Max no último domingo (17) o primeiro episódio da aguardada série Duna: A Profecia. O lançamento ocorre apenas nove meses após a estreia de Duna: Parte 2 nos cinemas, fazendo a alegria dos fãs da franquia, que deverão esperar até 2026 por um novo longa-metragem com o protagonista Paul Atreides. A aposta do streaming é certeira, afinal a saga de ficção científica levantou 1,1 bilhão de dólares em cinemas ao redor do mundo, com muitos veículos destacando o trabalho do diretor Denis Villeneuve. Mas o seriado é capaz de manter o nível do cineasta canadense?
Conforme indica o primeiro capítulo de Duna: A Profecia, o produto tem potencial. Uma das escolhas que o beneficia de cara é a ideia da roteirista Diane Ademu-John de oferecer uma história que se passa 10 mil antes dos eventos retratados nos filmes. Sem fugir de toda a mística estabelecida pelo autor Frank Herbert, que publicou os livros que servem de base entre 1965 e 1985, o seriado respeita o visual trabalhado por Villeneuve nas telonas. Não faltam cenas com visões deslumbrantes de planetas, tecnologias, presságios e vestimentas típicas do universo sci-fi.
O seriado adapta, em parte, o livro Irmandade de Duna, que será publicado no Brasil pela editora Aleph ainda neste mês. Escrito por Kevin J. Anderson e pelo filho de Herbert, Brian, o enredo retrata a origem das Bene Gesserit, uma seita que controla a política e os rumos dos impérios dominados por famílias como Harkonnen, Atreides e Corrino. Com tantos polos na história, o espectador menos familiarizado pode se sentir como quando assistiu à primeira vez ao seriado Game of Thrones, esforçando-se para lembrar quem é quem e o que todos os jargões significam. Por conta disso, o produto conversa melhor num primeiro momento com quem assistiu às duas partes recentes de Duna no cinema ou no streaming – ou leu a extensa obra dos Herbert, que hoje já conta com 23 livros.
Algo que ajuda a série são explicações bastante diretas para quem se aventura na saga pela primeira vez, tornando-a um pouco menos árida para futuros fãs. Mesmo assim, a paciência será um fator importante para os novatos, já que a história promete engrenar de fato apenas no segundo episódio, que será lançado no domingo (24). Em sua primeira parte, Duna: A Profecia se propõe apenas a situar o enredo e indicar quais são as preocupações e o passado de cada um dos personagens poderosos, como o Imperador Javicco Corrino e a Madre Superiora Valya Harkonnen.
Rostos conhecidos
Duna: A Profecia impressiona pela presença de um elenco de alto nível. As atrizes britânicas Emily Watson, de Ondas do Destino e Embrigado de Amor, e Olivia Williams, a Camila Parker Bowles da série The Crown, destacam-se nos papéis mais importantes dentro da irmandade das Bene Gesserit.
Além delas, a escalação dos atores Mark Strong (Kingsman) e Travis Fimmel (Vikings) mostra que os produtores se preocuparam em trazes rostos conhecidos para manter o seriado próximo do núcleo de estrelas que participou dos filmes, vide Timothée Chalamet, Javier Bardem, Josh Brolin e Christopher Walken.
Os efeitos visuais foram muito bem-trabalhados, não devendo muita coisa ao último longa, que teve um orçamento de 190 milhões de dólares. As diferenças de qualidade na computação gráfica são sutis, muitas vezes percebidas somente pela falta da batuta experiente de Villeneuve nas cenas mais épicas da série.
Para quem gosta de ficção científica, Duna é uma das histórias mais confiáveis atualmente. Enquanto sagas clássicas como Star Wars e Star Trek têm errado a mão em seus lançamentos, o universo revivido por Villeneuve em 2021 agrada tanto a geeks quanto aos que gostam de cinema ou televisão bem-feitos. Resta assistir aos próximos capítulos, que serão divulgados a cada domingo até 22 de dezembro, para dar o veredito final.
- Duna: A Profecia
- 2024
- Seis episódios
- Indicado para maiores de 16 anos
- Disponível no Max
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