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Com a crescente utilização da inteligência artificial na sociedade, muitas questões começam a ser levantadas. Até que ponto essa tecnologia pode ser segura e controlada? Ela realmente deve substituir a intuição humana em todos os casos? São provocações como essa que a minissérie Agentes do FBI, do Star+, faz ao espectador.
A produção acompanha uma turma de agentes que ingressou no mesmo ano na Quântico, o centro de formação da agência, em três momentos diferentes: passado (2009), presente (2023) e futuro (2034). O roteiro se desenrola indo e vindo no tempo, se aprofundando cada vez mais nas personalidades dos personagens e nas relações entre si.
Em paralelo, mostra como a tecnologia é implementada aos poucos dentro do FBI, graças à atuação de um dos agentes daquela turma como diretor do órgão de segurança. A série indica que a inclusão da inteligência artificial nos casos ajudou a reduzir a criminalidade, mas ela parece estar punindo os investigados antes da hora.
Atuações primorosas
Todos os fatos importantes de Agentes do FBI parecem se desenrolar a partir do que acontece com a agente Poet, interpretada por Kate Mara, de House of Cards e Quarteto Fantástico. Especializada em infiltrações, ela é alertada logo no primeiro episódio por um procurado que a tecnologia está mandando prender as pessoas pelos seus pensamentos, antes que elas cometam qualquer crime. E é aqui que a coisa esquenta. Ela usa de sua expertise para fazer uma investigação paralela e descobrir se isso é realmente verdade, afinal a própria não acredita mais no sistema jurídico.
Esse detalhe lembra um pouco o “crime de pensamento”, do clássico 1984, ou todo o enredo do filme Minority Report, em que a taxa de assassinatos cai para zero a partir da criação de um sistema tecnológico de monitoramento.
Mesmo que essas referências impliquem em uma falta de originalidade, os oito episódios do thriller se seguram justamente pelo vaivém na linha do tempo e pelo desempenho dos atores, que sabem dar o tom para cada fase na vida dos agentes. O momento em que a produção é lançada também ajuda, considerando que já existem casos de advogados usando plataformas como o ChatGPT para apoiá-los na criação de petições e afins. Será que a justiça realmente depende disso para funcionar?