Elon Musk nunca esteve tão presente no noticiário brasileiro como nos últimos dias. Acompanhar sua batalha contra o juiz do nosso STF que cerceia a liberdade de expressão na rede social X é até excitante, mas não podemos nos esquecer que o bilionário sul-africano tem coisas mais importantes com o que se preocupar. Desde que a sua SpaceX começou a construir e lançar foguetes, Musk integra algo muito maior, que mexe com o imaginário de todos os habitantes do planeta e pode definir nosso futuro como espécie: aprofundar a experiência humana no espaço. A primeira mulher na Lua, a possibilidade de um rolê em Marte... O que é uma careca reluzente perto disso?
O momento é propício para ver ou rever De Volta ao Espaço (2022), documentário do catálogo da Netflix dirigido por Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi. Nele, a saga espacial de Musk é contada desde o primeiro foguete concebido pela SpaceX, o Falcon 1. Os lançamentos frustrados, a falta de dinheiro após a terceira tentativa, a parceria com a NASA e o sistema desenvolvido para o reaproveitamento de propulsores são alguns dos principais desdobramentos do filme, que chega ao auge com a viagem de Doug Hurley e Bob Behnken até a Estação Espacial Internacional.
Apesar de tratar de alguns assuntos técnicos, De Volta ao Espaço foca muito no humano. Há desde as relações familiares dos dois astronautas e suas apreensões quanto ao projeto, até uma geral pelos funcionários da SpaceX, todos eles com alguma superstição para os dias dos lançamentos de foguetes. No meio do time, está lá ele, Musk e seus gestos excêntricos, sua ansiedade para cumprir o sonho de infância, e o medo de perder tripulantes, um dos fatores que fez a NASA refrear seus investimentos na área e apostar em projetos com a Rússia. A abertura para que empresas privadas atuassem no setor mudou o jogo por completo e o hoje dono do X sempre será lembrado como o catalizador disso.
Caprichos de garoto
Claro que para entender Musk e seu universo o melhor é esperar para assistir à cinebiografia anunciada pelo prestigiado estúdio A24. O filme será dirigido por Darren Aronofsky, que fez A Baleia e Cisne Negro, entre outros trabalhos de destaque. Não faz nem seis meses que o projeto ganhou as manchetes, então é difícil prever quando ele chegará aos cinemas. Mas a base dele será o livro Elon Musk, de Walter Isaacson (mesmo autor da bio de Steve Jobs), que repassa a vida do empresário em mais de 650 páginas.
Enquanto a obra não aporta nas telonas, trechos de De Volta ao Espaço servem para dar pistas do que move o cara por trás do PayPal, dos carros Tesla e da companhia Boring. Aliás, esse braço dos negócios de Musk é citado quando o documentário aborda a famosa entrevista concedida ao podcast de Joe Rogan. Lá, muito à vontade, o empresário fumou uma mescla de tabaco com maconha, o que gerou um grande ruído com a NASA. Também fez uma demonstração do lança-chamas da Boring, produto criado apenas para satisfazer um capricho do pequeno Elonzinho, quando este ainda assistia a desenhos animados em Pretoria.
Por fim, vale gastar duas horas com De Volta ao Espaço para se embasbacar com as imagens capturadas no espaço. O último terço do filme está repleto de cenas emocionantes, que mostram a Terra com sua curvatura perfeita, seu tom azulado, de uma beleza cintilante. No interior do foguete e da estação espacial também nascem takes memoráveis. Além das inescapáveis piruetas em gravidade zero, há as flutuações do dinossauro de brinquedo que um dos astronautas carregou consigo para se manter conectado ao filho.
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