Silvio Santos morreu neste sábado (17). Ele está na história do Brasil com um dos maiores comunicadores, com mais de 60 anos de televisão.| Foto: Francisco Rosa/SBT
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A família Abravanel divulgou uma carta no início da tarde deste sábado (17) lamentando a morte de Silvio Santos e explicando que vão realizar o último desejo do apresentador. No texto, os familiares pedem a compreensão do público e afirmam que a cerimônia de passagem não será aberta ao público e seguirá os ritos judaicos.

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A família destaca que Silvio Santos, ao longo da vida, expressou a vontade de que sua morte não fosse explorada, bem como o levassem direto para o cemitério. "Ele pediu para que assim que ele partisse, que o levássemos direto para o cemitério e fizéssemos uma cerimônia judaica. Pediu para que não explorássemos a sua passagem. Ele gostava de ser celebrado em vida e gostaria de ser lembrado com a alegria que viveu. Por este motivo, pedimos a compreensão de todos vocês. De guardar na memória tudo de bom que ele fez e de tantas alegrias que ele nos trouxe ao longo dos anos", diz a carta.

Também partiu do dono da emissora a ordem expressa para que o SBT não preparasse qualquer material de obituário antecipado. Por causa disto, a emissora não abriu plantão para noticiar a morte, como fizeram Globo e Record, por volta das 10 horas da manhã deste sábado. Somente às 11h30 a programação do SBT foi alterada para cobrir a morte do empresário.

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Silvio Santos deixa a esposa Iris Abravanel, de 76 anos, 6 filhas, 14 netos e 4 bisnetos.

Cerimônia judaica

O cuidado e o respeito com aqueles que acabam de falecer são atitudes comuns à todas as religiões. No Judaísmo não é diferente, e algumas leis conservam há milênios, os mesmos procedimentos no momento da despedida. A discrição e as homenagens restritas marcam a passagem.

Anunciada a morte de um judeu, a primeira providência da família é comunicar o Chevra Kadisha, um grupo de voluntários que orienta e realiza todos os procedimentos funerários. Já a preparação do corpo é conhecida como Tahara, o momento de purificação. Um banho cuidadoso com água pura é feito cuidadosamente pelo grupo, enquanto preces são recitadas pedindo perdão – em nome do falecido – pelos possíveis pecados cometidos em vida. Tudo é realizado no próprio cemitério, em um local reservado.

A tradição segue o que diz o Livro de Eclesiastes: “assim como veio, assim irá”. Para os judeus, a passagem designa tratamento semelhante ao dado aos recém-nascidos, que são imediatamente lavados quando saem do útero para que fiquem fisicamente limpo e espiritualmente puro. Para os judeus, o mesmo deve ser feito no momento da partida.

Sepultamento

Pela lei judaica, o corpo deve ser sepultado o mais breve possível, de preferência no mesmo dia da morte. A explicação é de a alma não consegue descansar até ser sepultada. A única exceção à regra é em caso de mortes violentas, em que decisões judiciais podem atrasar a cerimônia.

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O caixão é colocado na cova em contato com a terra, enquanto um membro da família é responsável por jogar as primeiras pás de terra que começam a cobrir a madeira. Uma lápide é colocada com escritos hebraicos informando nome, data de nascimento e morte, além de citações bíblicas.