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Em “O Filho de Saul”, um homem desafia a segurança de um campo de concentração para poder enterrar um garoto judeu. | Divulgação
Em “O Filho de Saul”, um homem desafia a segurança de um campo de concentração para poder enterrar um garoto judeu.| Foto: Divulgação

Quase dois meses após o lançamento no Brasil, enfim os curitibanos poderão assistir ao húngaro “Filho de Saul”, vencedor do Oscar de filme estrangeiro.

Dirigido por László Nemes, “Filho de Saul” foi o primeiro filme a levar um Oscar para a Hungria, onde já havia se tornado sucesso de bilheteria. Produzido com um orçamento de 1,5 milhão de euros e sem capital estrangeiro, levou 150 mil pessoas aos cinemas do país, sendo que poucas produções ultrapassam a marca dos 100 mil espectadores.

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Uma das razões para o sucesso do filme, principalmente no âmbito internacional, é o tema: o Holocausto, explorado incansavelmente pelos cineastas e que, ainda assim, sempre comove os críticos. Dessa vez, a história é passada inteiramente dentro de um campo de concentração, quase em tempo real.

Saul, o protagonista, faz parte de um grupo de judeus que trabalha para os nazistas em um campo de concentração. Seu trabalho é encaminhar os prisioneiros para as câmaras de gás e depois limpar o local, preparando para novas execuções. Em uma dessas execuções, presencia a morte de um menino, que diz ser seu filho. Saul decide então que precisa enterrar o garoto com a bênção de um rabino e passa a desafiar a segurança para cumprir a tarefa.

Oscar

“Filho de Saul” foi o vencedor do Oscar de filme estrangeiro deste ano, superando produções da França, Colômbia, Dinamarca e Jordânia.Além disso, conquistou o Globo de Ouro na mesma categoria e também o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes do ano passado.

Em entrevista ao site Mubi, em julho do ano passado, o diretor Laszló Nemes rechaçou os comentários de que teria feito apenas mais um filme sobre o Holocausto. De acordo com ele, mais de 100 mil crianças húngaras foram executadas durante a Segunda Guerra. “Essa é uma ferida aberta e você ainda pode senti-la. As pessoas tendem a dizer que é apenas mais uma história sobre o Holocausto, como outra história sobre o Titanic, uma coisa mística. Não, não é apenas mais uma história. Para nós é o presente, não um mito. Isso que nos motivou – queríamos fazer isso presente”, frisou.

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Para tornar a experiência ainda mais intensa, o diretor optou por utilizar um formato de tela reduzida. Com longos planos sequência, câmera na mão e uma fotografia sombria, “Filho de Saul” provoca uma sensação de claustrofobia no espectador. “Creio que a forma mais honesta e direta de descrever uma pessoa e seu mundo é acompanhando-a – nesse caso, pelo inferno”, disse o cineasta.

Holocausto

Os horrores do regime nazista na Segunda Guerra Mundial, que levaram milhares de pessoas à morte já foi tema de outros filmes consagrados. “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg, faturou sete Oscars. Outros premiados foram “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni, e “O Pianista”, de Roman Polanski.

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