O Ministério da Cultura vai reconhecer o trabalho de 32 brasileiros que se destacaram no cenário cultural, por meio da Ordem do Mérito Cultural. Entre eles está, o filósofo, professor e articulista da Gazeta do Povo, Paulo Cruz, que é voz dissonante nos assuntos relacionados às questões raciais no Brasil. Ele receberá a condecoração na classe Cavaleiro.
Esta é a maior honraria pública da Cultura no país e por isso tem um grande significado para Cruz. “É um reconhecimento público do meu trabalho como professor que venho exercendo há alguns anos e me dá mais certeza de que escolhi o caminho certo ao mudar de profissão. É o coroamento de um sonho”, resume.
O sonho a que Cruz se refere é o da licenciatura. Antes de se formar em Filosofia e passar a trabalhar em sala de aula, ele tinha uma carreira no setor de informática. “A docência me chamou. Desde 2004 eu pensava nisso e em 2014 comecei a lecionar oficialmente”, conta Cruz, que também é mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo.
Como articulista da Gazeta do Povo, Cruz passou a ganhar proeminência quando se posicionou contra o que chama de narrativa exagerada do racismo no Brasil. “O que me incomoda é que essa narrativa de que o Brasil é um país racista é inconcebível para qualquer brasileiro. Há racismo no Brasil, eu já sofri, mas isso não é regra”, opina ele.
A cerimônia ocorre hoje (19), às 17h30, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Michel Temer, da primeira-dama, Marcela Temer, e do ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.
Renato Aragão receberá a mais alta honraria
O tema da Ordem do mérito Cultural nesse ano é inovação e empreendedorismo e tem como objetivo homenagear toda a cadeia produtiva da cultura e não apenas uma personalidade como ocorre desde 1995, quando a condecoração foi criada no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Entre as personalidades que serão homenageadas pelo governo se destacam também o humorista Renato Aragão, o publicitário e empresário José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o tradutor de clássicos Ivo Barroso, o jornalista e escritor Augusto José Marzagão (in memoriam), o fundador da revista IstoÉ, Domingo Alzugaray (in memoriam), e o crítico literário e Ministro da Educação, Cultura e Desporto do governo de João Figueiredo, Eduardo Portella (in memoriam).
Também já foram condecorados pela Ordem do Mérito Cultural a cantora matriarca do samba Dona Ivone Lara (2016), o poeta Augusto de Campos (2015), o pintor Jenner Augusto (2014) e o maestro Eleazar de Carvalho (2013).
Como é feita a seleção dos homenageados
A seleção dos nomes que receberão a comenda da Ordem do Mérito Cultural começa com indicações feitas pela população no site do Ministério da Cultura. A partir de então essas sugestões são analisadas por uma comissão técnica do Ministério da Cultura e avalizadas pelo Conselho da Ordem do Mérito Cultural, presidido pelo ministro da pasta, Sérgio Sá Leitão. Segundo ele, a seleção dos agraciados buscou a diversidade de áreas da cultura, de regiões, de raça e de gênero.
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