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Rock

Ginger Baker, baterista do Cream, morre aos 80 anos

Músico Ginger Baker, do Cream
Músico Ginger Baker, do Cream (Foto: KEVIN WINTER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

Ginger Baker, o baterista de rock prodigiosamente talentoso e temperamental que ajudou a formar o Cream e inspirou admiração e imitação em uma geração de bateristas, morreu neste domingo (6). Ele tinha 80 anos.

Gary Hibbert, assessor de imprensa da família Baker, confirmou sua morte, segundo a agência Associated Press.

Cream, um trio que incluía o guitarrista Eric Clapton e o baixista Jack Bruce, estabeleceu um alto padrão para as "superbandas", compostas por músicos independentes. Durante sua carreira de dois anos e meio, o Cream vendeu milhões de discos e lançou uma série de sucessos de blues, jazz e psicodélico, incluindo "White Room", "Sunshine of Your Love" e "Tales of Brave Ulysses".

Baker foi amplamente reconhecido como o primeiro grande nome da bateria de rock; um showman, assim como qualquer vocalista ou guitarrista extravagante. Sua propensão à inovação rítmica alcançou um apogeu quando ele escreveu o que muitos consideram o primeiro solo épico de bateria do rock, no instrumental de Cream de 1966 "Toad".

"Sua atuação foi revolucionária - extrovertida, primal e inventiva", disse certa vez o baterista do Rush, Neil Peart, ao London Independent. "Ele estabeleceu o padrão para o que seria a bateria de rock. Eu certamente imitei as abordagens de Ginger - seu som duro, plano e percussivo foi muito inovador. Todos que vieram depois construíram sobre essa base. Todo baterista de rock desde então foi influenciado de alguma maneira por Ginger, mesmo que não o conheçam".

Baker, porém, era frequentemente insultado por seu temperamento agressivo dentro e fora do palco, e as brigas com os colegas de banda aceleraram o fim do Cream.

Viciado em heroína desde tenra idade, o baterista, cada vez mais magro, tornou-se famoso por seu comportamento quase sádico com seus colegas músicos - ele certa vez ameaçou Bruce com uma faca.

A fúria de Baker alimentada por drogas e palavrões - junto com seu desprezo por muitos dos artistas mais bem-sucedidos do rock - acabaram destruindo todas as pontes artísticas formadas durante seu apogeu musical. Ele chamou Mick Jagger de "idiota musical".

Baker e suas desventuras foram numerosas demais para serem catalogadas. Elas incluíam tiroteios imprudentes, desentendimentos com autoridades fiscais e de imigração, falência pessoal e relacionamentos fraturados com três ex-esposas e três filhos.

Para Baker, Cream sempre concedeu a ele um rótulo que ele detestava: "baterista de rock". Ele se considerava um baterista de jazz, com o rock como uma de suas muitas facetas. E, no entanto, ele reservou para si próprio o superlativo de maior baterista de rock.

"Quando pessoas colocam bateristas como John Bonham, Mitch Mitchell e Keith Moon no mesmo saco que eu, é realmente um insulto", disse ele ao Wall Street Journal. "Eu tenho um dom, e nenhum deles me acompanha. O fato de eu ainda poder tocar é um milagre, não é?"

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