Cada década do cinema foi marcada por alguns comediantes: nos anos 70, nomes como Mel Brooks, Gene Wilder e Richard Pryor dominaram as bilheterias. Nos anos 80, foi a vez de Eddie Murphy, Dan Aykroyd e Bill Murray. Já nos anos 90, é difícil achar algum ator cômico que tenha feito tanto sucesso quanto Jim Carrey.
Num período de apenas quatro anos, entre 1994 e 1997, Carrey emplacou seis imensos sucessos de bilheteria: Ace Ventura – Um Detetive Diferente, O Máskara, Debi e Lóide – Dois Idiotas em Apuros, Batman Eternamente, Ace Ventura 2 – Um Maluco na África e O Mentiroso. Seu único fracasso no período foi a comédia O Pentelho (1996), que abusou de um humor sombrio e pesado, mas rendeu a Carrey um cachê de 20 milhões de dólares, recorde na época para um ator de comédias.
Para muitos, o surgimento de Jim Carrey foi repentino. A verdade é que o ator já vinha tentando a sorte em comédia havia pelo menos 15 anos, quando, no fim dos anos 70, apresentava-se em pequenos clubes em Toronto, no Canadá. A família de Carrey – pai, mãe, e duas irmãs e um irmão mais velhos – havia passado por maus bocados. Quando o pai ficou desempregado, os Carrey perderam a casa e chegaram a morar numa van, enquanto Jim e o irmão, John, dormiam numa barraca de camping.
O ano de 1994 marcou a consagração de Jim Carrey, quando ele atuou em três hits: Ace Ventura – Um Detetive Diferente, O Máskara e Debi e Lóide – Dois Idiotas em Apuros. Dos três, O Máskara foi mais marcante.
Quando ganhou o papel nessa adaptação da história em quadrinhos The Mask, sobre uma máscara que dá poderes sobrenaturais a quem a usa, Jim Carrey ainda era um ator desconhecido. Ele já havia filmado Ace Ventura, mas o filme ainda não havia sido lançado, e ninguém em Hollywood apostava que o detetive se tornaria o imenso sucesso que virou. O diretor contratado para O Máskara era Chuck Russell, conhecido por filmes de terror como o terceiro na série A Hora do Pesadelo, com o personagem Freddie Krueger. Para o papel principal, o estúdio New Line Cinema estava pensando em nomes já consagrados como Martin Short, Robin Williams ou até mesmo Nicholas Cage, mas Russell viu uma exibição de stand-up de Carrey, ficou impressionado com sua habilidade para fazer comédia física e convenceu o estúdio a dar uma chance ao ator.
Hiperativo e alucinado
O Máskara conta a história de Stanley Ipkiss, um caixa de banco que leva uma vida monótona até que encontra uma máscara que o transforma num ser com superpoderes, capazes até de fazê-lo conquistar a deslumbrante namorada de um gângster, interpretada pela linda Cameron Diaz, em sua estreia no cinema. Cameron também não era a primeira opção para o papel: o estúdio havia contratado a modelo Anna Nicole Smith, mas ela abandonou o projeto dias antes da filmagem para fazer o terceiro filme da série Corra que a Polícia Vem Aí.
Azar de Anna Nicole: quando O Máskara foi lançado, em julho de 1994, arrebentou na bilheteria, faturando quase meio bilhão de dólares em todo o mundo e se tornando o mais rentável filme adaptado de um gibi até 2019, quando foi superado por Coringa.
Visto hoje, O Máskara é um grande exemplo do estilo hiperativo e alucinado do humor de Jim Carrey. O filme continua engraçado, e a química dele com Cameron Diaz ainda é muito boa. A partir do fim da década de 1990, Carrey tentou enveredar por um lado de filmes mais sérios, como O Show de Truman (1998), O Mundo de Andy (1998) e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004). Mas, para muitos fãs, o melhor Jim Carrey será sempre o homem de corpo de borracha e das caretas impossíveis.
- O Máskara
- 1994
- 102 minutos
- Indicado para maiores de 12 anos
- Disponível no Max ou para locação na Amazon e Google Play