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Em "Revelações Pré-históricas", Graham Hancock tenta provar a existência de uma civilização esquecida
Em “Revelações Pré-históricas”, o britânico Graham Hancock tenta provar a existência de civilização esquecida| Foto: Netflix/Divulgação

Qual é o papel do jornalista? Criar uma história ou simplesmente ordenar os fatos de maneira que faça sentido? Para o britânico Graham Hancock, que já publicou em veículos como The Guardian, The Independent The Times, sua função é a de questionar o consenso das coisas. E é isso que ele faz como apresentador e cabeça por trás da série Revelações Pré-históricas, que acaba de chegar à sua segunda temporada na Netflix. 

Desde a década de 1990, quando lançou uma série de livros, Hancock ganhou notoriedade por se tornar um questionador de teorias amplamente aceitas por historiadores, arqueólogos e outros cientistas da área de humanas. Hoje, tais especialistas cravam que o primeiro resquício de civilização na humanidade surgiu entre 4.000 e 3500 a.C. (antes de Cristo), na Mesopotâmia. Mas o jornalista acredita ter coletado indícios suficientes de que existiram sociedades na última Era do Gelo, ocorrida entre 29 mil e 19 mil anos atrás.

Em Revelações Pré-históricas, ele apresenta ao espectador suas descobertas no lugar em que elas surgiram. Isso rende imagens de locais históricos e exóticos em países como Indonésia, Malta, Turquia e em um punhado de países das Américas, o foco da nova temporada. 

Com imagens de tirar o fôlego, todas as visitas são acompanhadas de arqueólogos e antropólogos que mostram suas pesquisas. Geralmente, são nomes que possuem boas credenciais acadêmicas, mas prejudicados pela falta de financiamento e apoio da ampla comunidade científica, que já “cravou” sua linha do tempo para a humanidade. Portanto, é preciso certo cuidado para não comprar completamente tudo que é defendido por Hancock e sua equipe técnica. 

Rogan e Reeves participam

De toda forma, os apontamentos da série são interessantíssimos. Ao exibir novas descobertas em sítios arqueológicos com resquícios de antigas culturas e religiões, Hancock traz um argumento convincente de que muitas sociedades separadas geograficamente possuíam conexões por meio de suas respectivas mitologias.

Sua teoria é de que houve um período em que uma civilização antiga e organizada foi destruída por um cataclisma, muito provavelmente um dilúvio capaz de deixar muitos povos submersos nos oceanos. Essa ideia de uma catástrofe de proporções bíblicas é defendida por ele desde 2002, quando publicou o livro Underworld: Flooded Kingdoms of the Ice Age (algo como Submundo: Reinos Inundados da Era do Gelo).  

Hancock chamou atenção de personalidades como o ator Keanu Reeves e o podcaster e humorista Joe Rogan com o bom formato e o apelo pop de suas investigações. Não à toa, ambos fazem pontas no programa, representando o papel do espectador curioso e interessado por história.  

É esse o perfil alvo de Revelações Pré-históricas, um programa capaz de entreter até os mais céticos e de gerar questionamentos na cabeça de quem assiste. Mas assista com a orelha em pé. Afinal, como supostamente disse o general francês Napoleão Bonaparte, “o que é a história senão uma fábula aceita por todos?”. Hancock luta para fazer sua visão ser aceita, mas ainda falta muito para ele chegar lá.

  • Revelações Pré-históricas
  • 2024
  • Seis episódios
  • Indicado para maiores de 12 anos
  • Disponível na Netflix
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