Uma campanha nas redes sociais para banir a exibição do lançamento da Warner Brothers, "Mulher Maravilha", dos cinemas libaneses foi vitoriosa na última quarta-feira (31). Foi um lembrete que o sentimento anti-Israel continua presente no Líbano mesmo depois de uma década da última guerra entre os dois países.
O papel principal do filme é interpretado por Gal Gadot, uma israelense que, como quase todos os seus compatriotas, fez dois anos do serviço militar compulsório. Ela serviu na guerra de 2006, na qual o exército israelense combateu milícias libanesas alinhadas com o Hezbollah. Os dois países travaram bombardeios com mísseis por mais de um mês. Mais de mil civis libaneses foram mortos no conflito e mais de um milhão tiveram que sair de suas casas. No lado israelense, mais de 165 pessoas morreram (incluindo 44 civis) e mais de 300 mil foram realocadas.
A notícia de que o filme foi banido aconteceu duas horas antes do lançamento previsto em 15 cinemas do país. Produtos israelenses são oficialmente boicotados no Líbano e qualquer pessoa que tenha visitado o país, incluindo, é claro, os moradores, não pode cruzar as fronteiras.
O maior grupo por trás da campanha - os Apoiadores do Boicote Israel-Líbano - comemoraram em um post no Facebook, dizendo "O filme militar de Israel #MulherMaravilha foi banido do #Líbano!". Outros filmes de Gadot não foram banidos, incluindo "Batman vs Superman - A origem da justiça", que foi a primeira vez que Gadot fez a personagem. "Mulher Maravilha" tem recebido ótimas resenhas e nenhum outro país do Oriente médio o baniu.
Rania Masri, que ajudou na campanha nas redes sociais, afirmou que a proibição é parte de uma resistência contra qualquer normalidade nas relações entre os dois países, que estão oficialmente em guerra ainda.
"Antes de tudo ela é israelense. Não fazemos uma distinção entre israelenses bons ou ruins".
Enquanto isso, analistas da indústria do entretenimento apostam que Mulher Maravilha seja o maior lançamento de Israel dos últimos anos.
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