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Ao longo de 2024, centenas de filmes foram recomendados aos leitores da Gazeta do Povo pela editoria de Cultura. Tirando os que foram lançados em anos anteriores, ainda sobre um número expressivo de dicas. Portanto, reduzir para os 10 melhores lançamentos deste ano resenhados por aqui não foi tarefa fácil.
Em janeiro, fevereiro e março, ainda estávamos recebendo em nossos cinemas e serviços de streaming os candidatos ao Oscar. Para representar esse lote, que veio com filmes memoráveis como Vidas Passadas e Dias Perfeitos, escolhemos a surpresa Ficção Americana, aposta da Amazon para a temporada de premiações.
Também quisemos que nossa lista representasse o maior número de gêneros que fosse possível. Ela tem terror, romance, ação, documentário, ficção científica, comédia romântica e até filme brasileiro. Se você perdeu algum, agora é a hora de se atualizar com o que de melhor o cinema nos ofereceu em 2024.
Ficção Americana
A ação de Ficção Americana é centrada em Thelonious “Monk” Ellison (Jeffrey Wright), um professor de literatura e autor de livros com algum prestígio e nenhum sucesso comercial. Após um entrevero com uma estudante woke que não aceita ler a palavra nigger no quadro negro durante uma aula, Monk é forçado a se afastar das tarefas acadêmicas. A pausa é salutar, pois assim ele pode passar um tempo com sua mãe, então nos estágios iniciais da Doença de Alzheimer. (...) Todos os diálogos são construídos com extremo esmero e sagacidade. São muitas as passagens engraçadas, ainda que nenhuma tenha a intenção de fazer o espectador gargalhar. Os momentos emotivos e os dramas familiares são sempre aliviados por alguma comicidade. O elenco inteiro está bem demais, com força para desnudar as hipocrisias e as culpas dos tempos patéticos em que vivemos, especialmente nessa esfera intelectual. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.
Onde assistir: Prime Video.
Não Fale o Mal
Essa refilmagem do terror psicológico Não Fale o Mal tem desfecho completamente distinto do original dinamarquês. E as diferenças não param aí. Graças à condução primorosa de James Watkins (A Mulher de Preto, Sem Saída) e ao desempenho monumental do ator escocês James McAvoy (a versão novinha do Professor Charles Xavier na franquia X-Men), escalado para viver o protagonista, a nova versão consegue ser superior à primeira em vários aspectos. O Não Fale o Mal refilmado conta com alívios cômicos que contribuem para que a tensão criada na casa seja melhor tolerada pela plateia. E a tensão é daquelas que a gente consegue cortar no ar. Mas aí McAvoy, com seu olhar de psicopata e sorriso perverso, apronta alguma presepada disparadora de gargalhadas. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.
Onde assistir: disponível no Claro TV+ e para locação na Amazon e Apple TV.
Na Terra de Santos e Pecadores
Sinônimo de personagens "durões", o ator Liam Neeson vive neste filme um ex-assassino de aluguel que se muda para a costa da Irlanda em busca de uma vida pacata. O plano dá errado assim que o seu caminho se cruza com um quarteto de terroristas do IRA (Exército Republicano Irlandês). Após cometerem alguns crimes na cidadezinha, o homem decide fazer justiça com as próprias mãos, rendendo cenas fantásticas para fãs de thrillers e dramas. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais.
Onde assistir: disponível no Prime Video e para locação no Google Play e Apple TV.
Golpe de Sorte em Paris
O que você estará fazendo às vésperas de completar 90 anos? Woody Allen, que fez 89 em novembro, soltou um filme divertidíssimo falado todo em francês, que prende o espectador da primeira à última cena. Tem quem ache pouco, afinal, o cineasta nova-iorquino já nos brindou com inúmeros clássicos e Golpe de Sorte em Paris figura “apenas” em sua segunda prateleira de bons trabalhos. Mas a real é que essas comparações são injustas, especialmente quando se coloca em perspectiva a sua idade avançada e como sua vida pessoal e profissional foi afetada nos últimos tempos. Desde Blue Jasmine, de 2013, Allen não entregava algo tão inspirado. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.
Onde assistir: disponível no Claro TV+ e para locação na Amazon e Apple TV.
Pacto de Redenção
O título em português desse thriller dirigido e atuado por Michael Keaton entrega parte da história. O tal “pacto de redenção” advém de uma questão que envolve Knox (Keaton) e seu filho Miles (James Marsden), que cortou relações com o pai ao descobrir qual era sua real atividade laboral: assassino de aluguel. Numa noite especialmente complicada para Knox, em que ele acaba executando acidentalmente um parceiro de crime já como um reflexo da progressão da demência com que fora diagnosticado, o filho bate à sua porta todo ensanguentado. Relata ter matado um nazista que havia engravidado sua filha (neta de Knox). Após anos sem contato com o progenitor, Miles recorre ao mesmo para que, com sua experiência de matador, ele dê fim ao cadáver e invente um álibi para que a família não seja ainda mais destroçada. E até onde um pai é capaz de se comprometer para salvar a pele de um filho que o abandonou? (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.
Onde assistir: disponível para locação na Amazon, Apple TV e Claro Video.
Amores Solitários
Para uma história de amor ser convincente, o espectador precisa acreditar que há verdade e química entre os enamorados. Isso é mais difícil de se conseguir quando há uma diferença muito evidente entre os personagens, como no caso de Amores Solitários, romance lançado pela Netflix. Laura Dern, atriz de 57 anos, vive uma escritora renomada, enquanto o tipo de Liam Hemsworth, que tem 34, é da área de finanças, não saca nada de literatura. A relação entre os dois só é crível porque há muito talento em cena e porque a diretora e roteirista do filme tem vasta experiência nesse território. Susannah Grant já fazia sucesso nos anos 90, quando assinava os textos do drama televisivo Party of Five. Na década seguinte, foi indicada ao Oscar pelo roteiro de Erik Brockovich – Uma Mulher de Talento. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.
Onde assistir: Netflix.
Guerra sem Regras
Mais recente trabalho do diretor Guy Ritchie, essa é a recomendação ideal para quem reclama que os filmes de ação de hoje em dia não são mais a mesma coisa. Mesmo que seja mais uma história sobre soldados matando nazistas, Guerra sem Regras se destaca por focar um capítulo interessante da batalha. Inspirado em acontecimentos reais, seu roteiro acompanha a Operação Postmaster, uma unidade clandestina criada pelo estadista Winston Churhill para sabotar as operações marítimas de Adolf Hitler. Resta dizer que não falta tiro, porrada e bomba nesse longa. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais.
Onde assistir: disponível no Prime Video e para locação em Apple TV e Google Play.
20 Dias em Mariupol
Diferentemente de outros trabalhos na lista, esse não é um filme para “se aproveitar”. Ganhador do Oscar de Melhor Documentário em Longa-Metragem, 20 Dias em Mariupol retrata a guerra na Ucrânia de maneira nua e crua. Há cenas de crianças morrendo, locais bombardeados e hospitais lotados. Tudo isso dá apenas uma ideia do desespero que os ucranianos passam desde 2022. Quem assistir certamente se sentirá indignado com o fato de que guerras ainda sejam aceitáveis pela sociedade. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais.
Onde assistir: disponível na Netflix e para locação na Amazon, Apple TV e YouTube.
Planeta dos Macacos: O Reinado
Uma boa surpresa nos cinemas foi o novo capítulo da franquia iniciada nos anos 1960. Com efeitos visuais de tirar o fôlego, a história salta no tempo e retrata diferentes sociedades de macacos que entram em choque por suas visões diferentes de mundo. O filme é uma continuação indireta da trilogia encerrada em 2017, trazendo elementos de sobra para agradar a quem era fã do chimpanzé César e sente falta dele. Também abre caminhos para deixar os fãs de ficção científica ávidos para saber quais serão os próximos passos dentro do universo de Planeta dos Macacos. (Erich Thomas Mafra) Clique para ler mais.
Onde assistir: Disney+.
Doleira – A História de Nelma Kodama
Primeira mulher presa na Operação Lava Jato, Nelma Kodama chamou a atenção do país inteiro ao entoar Amada Amante durante a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a Petrobrás, em 2009. A cena é revisitada no documentário Doleira: A História de Nelma Kodama, ainda que sem o áudio do sucesso de Roberto Carlos. Mas a jornada de Nelma vai muito além desse fato, como o diretor João Wainer demonstra. (...) O documentário é uma bela adição ao circo (de horrores) que foi o desmonte da Lava Jato. Por isso mesmo, é justo que o causo seja contado com muito bom humor, aproveitando o alto astral e a singularidade da personagem abordada. A trilha sonora original é um pouco excessiva, mesmo sendo assinada pelo experiente Apolo Nove. De resto, o filme não merece reparos. O Brasil é que carece. (José Flávio Júnior) Leia o texto completo.
Onde assistir: Netflix.
