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Baseada no livro Spotify Untold, dos jornalistas Sven Carlsson e Jonas Leijonhufvud, e desenvolvida pelo diretor Per-Olav Sorensen, a série sueca Som na Faixa (originalmente, The Playlist) trata da gênese daquela que se tornaria a principal plataforma de streaming de áudio do mundo. A ficção, lançada pela Netflix no final de 2022, narra o desabrochar do Spotify desde 2004 – quando o especialista em informática Daniel Ek conhece o empresário Martin Lorentzon –, até o lançamento da plataforma, em 2008.
Os roteiristas, o sueco Per-Olav Sorensen e o britânico Christian Spurrier, com certa experiência no mundo das minisséries, ainda que pouco conhecidos internacionalmente, enfocam a história a partir de seis perspectivas diferentes, que em parte se sobrepõem e em parte se contradizem. Este recurso, com suas repetições de cenas por novos ângulos e de diálogos que vão se abrindo para diferentes interpretações, não pode ser chamado de algo inédito. O que há de novo é a forma de introduzir, ao final de cada um dos seis episódios (que duram entre 45 e 56 minutos), a versão que será explorada no capítulo seguinte, um bem-sucedido cliffhanger – jargão de roteiristas para “dilema ou revelação surpreendente que prend e o espectador”.
Mais original é dar a cada perspectiva um design de produção singular, algo feito com êxito especialmente no terceiro episódio, no qual a protagonista caminha por um longo corredor com portas dos dois lados, e no quarto capítulo, apoiado numa tonalidade esverdeada e com aspectos técnicos enfatizados. Ao mesmo tempo, a série vai aprofundando a personalidade dos protagonistas de cada episódio. Ainda no aspecto visual, Som na Faixa destaca o habitat dos técnicos, um armazém que lembra um porão, em contradição com os prédios de vidro e aço onde são tomadas as decisões.
© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.