A jornalista e apresentadora Glória Maria morreu na manhã desta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro, aos 73 anos. Ela estava em tratamento para combater metástases cerebrais de um câncer, diagnosticado em 2019, inicialmente no pulmão. A causa da morte da apresentadora ainda não foi confirmada. “É com muita tristeza que anunciamos a morte de nossa colega, a jornalista Glória Maria”, informou a TV Globo, por meio de nota.
Glória estava afastada das telinhas desde agosto do ano passado, quando foi exibida sua última participação no Globo Repórter, programa em que trabalhou por mais de uma década. “Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente”, acrescenta a nota.
“Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio”, afirma o texto.
Vida e carreira
Nascida na Vila Isabel, na zona Norte da capital fluminense, Glória Maria Matta da Silva era filha de um alfaiate e de uma dona de casa. Estudou em escola pública, onde sempre foi destaque. “Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola”, contou ao Memória Globo. Ela se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio. Na época, conciliava os estudos com um trabalho de telefonista da Embratel.
Ainda na década de 1960, Glória foi estagiária no programa do Chacrinha, na Globo. E em 1970 foi levada por uma amiga para ser radioescuta na Globo Rio (naquela época, as notícias vinham por meio da escuta das frequências da polícia e de rondas telefônicas).
Estreou como repórter em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio, sendo responsável pela primeira reportagem do telejornal local.
Pioneirismo
Ícone do jornalismo brasileiro, Glória Maria foi a primeira a entrar ao vivo no Jornal Nacional, em 1977, e protagonizou momentos históricos em suas reportagens, tendo visitado mais de 100 países. Em Washington, cobriu a posse de Jimmy Carter e, no Brasil, entrevistou presidentes durante o regime militar, como João Baptista Figueiredo.
Em 1986, a jornalista passou a integrar a equipe do Fantástico, que apresentou de 1998 a 2007. Durante esses anos, Glória viajou para lugares exóticos e entrevistou celebridades, como Michael Jackson e Madonna.
Durante sua trajetória profissional, cobriu a guerra das Malvinas, em 1982, os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e a Copa do Mundo na França, em 1998.
Em 2007, Glória Maria e o repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues realizaram a primeira transmissão em HD da televisão brasileira, para o Fantástico.
Depois de dez anos no programa dominical da Globo, Glória tirou uma licença de dois anos, para se dedicar a projetos pessoais, como trabalhos voluntários na Índia e na Nigéria. Foi neste período que adotou as duas filhas, Maria, 15 anos, e Laura, 14. Ao retornar, em 2010, pediu para integrar a equipe do Globo Repórter.