Ouça este conteúdo
O baterista dos Rolling Stones, Charlie Watts, morreu nesta terça-feira (24). A notícia foi confirmada por seu assessor, o publicitário Bernard Doherty.
O músico completou 80 anos em junho e fazia parte do famoso grupo de rock desde 1963.
"É com imensa tristeza que anunciamos a morte de nosso amado Charlie Watts. Ele faleceu pacificamente em um hospital de Londres na manhã de hoje, cercado por sua família", disse o comunicado divulgado Doherty.
"Foi um querido marido, pai, avô e, como integrante dos Rolling Stones, um dos maiores bateristas de sua geração", completa o texto.
Além disso, o texto faz um pedido para que seja respeitada a intimidade da família e dos amigos do músico "neste momento difícil".
A banda britânica tinha previsto retomar a turnê nos Estados Unidos a partir de setembro, depois de terem adiado shows marcados para o ano passado, devido a pandemia da Covid-19.
No início deste mês, os integrantes do conjunto informaram que Steve Jordan seria o substituto temporário de Watts nas apresentações em solo americano.
Antes disso, Watts foi tratado de câncer de garganta no Royal Marsden Hospital de Londres em 2004, e vencera a doença após quatro meses de luta. A causa da morte do baterista não foi revelada.
Carreira
Watts iniciou sua paixão pela música com jazz, estilo que frequentemente retomou nos vários períodos de hiato da banda que o consagrou mundialmente, os Rolling Stones.
Ele se juntou oficialmente à banda em janeiro de 1963, após esta ter tentado vários outros bateristas sem permanecer com nenhum. Em outras palavras, Watts, apesar de não ser o primeiro, é o primeiro baterista permanente da banda.
Com seus conhecimentos de jazz, Watts contribuiu para o estilo original da banda, como ele mesmo reconhece no livro According To The Rolling Stones: "Tínhamos uma formação musical muito mais ampla e profunda".
Além de sua habilidade musical, sua experiência em design gráfico também foi importante. Ele criou a capa do álbum de 1967, Behind the Buttons, além de contribuir na criação dos cenários das turnês.
No plano pessoal, ele contrastava com o restante do grupo, rejeitando os encantos das fãs que perseguiram a banda por onde quer que fosse e permaneceu fiel à sua esposa Shirley, com quem ele se casou em 1964.
Mesmo assim, nos anos 80, teve de superar dificuldades com vícios em drogas que quase impediram a continuação de seu trabalho.
Watts será lembrado por sua presença em diversos sucessos como: "Gimme Shelter" (1969), "(I Can’t Get No) Satisfaction" (1965), "Sympathy for the Devil" (1968), "Street Fighting Man" (1968), "You Can’t Always Get What You Want" (1969) entre outros.