“Na Terra de Santos e Pecadores” tem Liam Neeson em seu terreno predileto

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Há anos, o ator irlandês Liam Neeson é sinônimo de personagens  “durões” em tramas sobre vingança e redenção. Isso só deve mudar no ano que vem, quando ele protagonizará uma refilmagem de Corra que a Polícia Vem Aí, clássico da comédia-pastelão estrelado por Leslie Nielsen na década de 1980. Seu trabalho mais  recente, disponível no Prime Video, é Na Terra de Santos e Pecadores: mais um filme que reforça o estereótipo alimentado por ele desde seu papel em Busca Implacável  (2008), quando começou a se destacar em papéis mais físicos.

No novo filme, ambientado em 1974, Neeson vive Finbar Murphy, um homem com um passado obscuro que decide se mudar para  Glencolmcille, cidade na costa irlandesa. Ele pretende levar uma vida pacata e se redimir por seus pecados ocultos. O espectador descobre  rapidamente mais sobre sua trajetória e entende de onde vem tanto peso na consciência. Finbar é um alcoólatra que, após voltar da Segunda Guerra Mundial e perder a mulher, virou um assassino de aluguel.

Tudo vai bem, até que ele é tirado do seu caminho pacífico por um quarteto de terroristas do IRA (Exército Republicano Irlandês), que se infiltra na pacata cidade após cometer um atentado que matou seis pessoas em Belfast, capital da Irlanda do Norte.

Justiça com as próprias mãos

Os criminosos passam a tornar difícil a vida dos habitantes de  Glencolmcille, como quando acabam com a comida de um pub e batem na filha da dona do bar. É justamente ao saber dessa agressão que  Finbar decide fazer justiça com as próprias mãos.

Só com seu roteiro e a presença imponente de Liam Neeson, Na Terra de Santos e Pecadores se garante como um filmaço. Mas sua cinematografia também merece um destaque. As imagens da Irlanda são de tirar o fôlego, principalmente nessa região costeira – quem viu Os Banshees de Inisherin não encontrará nenhuma novidade, porém matará a saudade da beleza natural daquele país.

Embora seja vendido como um thriller, o longa se aproxima muito mais de um drama, construindo toda a história com calma (e nem sempre com tiroteio e pancadaria, como Neeson, que completou 72 anos no último domingo, já fez em outros filmes). O ritmo é uma escolha deliberada do diretor Robert Lorenz, produtor parceiro de Clint Eastwood em filmes como Cartas de Iwo Jima, Sobre Meninos e Lobos e Sniper Americano. Não dá para esperar a ação frenética de Busca Implacável quando for assistir à Na Terra de Santos e Pecadores, mas sim um filme emocionante para discutir o ato da redenção.