O uso de irmãos gêmeos em pesquisas científicas não é nenhuma novidade. Desde pelo menos o início do século XVIII existem relatos de testes com os familiares de aparência igual. Mas o que atrai cientistas a fazerem isso até hoje é o fato de que gêmeos idênticos (ou monozigóticos) têm 100% dos genes iguais. Ou seja, são as cobaias perfeitas para testar o impacto de influências ambientais distintas em um mesmo corpo. E é justamente isso que a Netflix fez em parceria com o setor de medicina da universidade de Stanford (EUA). O resultado dessa parceria pode ser visto na minissérie Você é o que Você Come: As Dietas dos Gêmeos.
Ao longo de quatro episódios, o espectador acompanha 21 pares de gêmeos passarem por uma alteração radical em suas rotinas. Eles adotam, por oito semanas, dietas diferentes. Enquanto um irmão faz uma dieta onívora, outro faz uma dieta vegana, também conhecida como plant-based.
O bacana do formato é que, logo no primeiro episódio, ficamos por dentro das principais tendências alimentares dos Estados Unidos, onde a série foi gravada, aprendendo sobre jargões comuns na vida de quem está tentando emagrecer, como IMC (índice de massa corporal) e microbiomas, por exemplo. Então, mesmo que você não saiba nada sobre o assunto, a produção faz um bom trabalho em trazer a base para quem está aprendendo, além de dar visibilidade às diferentes abordagens adotadas por profissionais, que vão desde pesquisadores até personal trainers.
Um viva ao veganismo
Além de se destacar por ser um bom produto focado em saúde e bem-estar, Você é o que Você Come: As Dietas dos Gêmeos conquista quem assiste pelo perfil de seus participantes. Como é de se esperar quando há gêmeos na parada, existem muitas piadinhas internas ou manias interessantes, como um par que é completamente fanático por queijo e até tentou ter um reality show sobre o alimento – o irmão escolhido para fazer a dieta plant-based acaba sofrendo um pouquinho quando fica sem o laticínio.
Muito além da diversão, a produção aguça com o resultado da comparação entre as duas dietas. Para a tristeza dos fãs de um churrasquinho, a pesquisa conclui que a alimentação vegana é capaz de melhorar a saúde cardiovascular em apenas oito semanas. Isso se dá pela diminuição nos níveis de insulina, de colesterol e do peso corporal – todos esses indicadores são esmiuçados na série, facilitando para que se possa entender detalhes científicos do estudo e sua justificativa.
“Com base nesses resultados e pensando na longevidade, a maioria de nós se beneficiaria se adotasse uma dieta mais baseada em vegetais”, conclui Christopher Gardner, um dos autores da pesquisa de Stanford e figura principal na produção da Netflix.
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