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Através do Aranhaverso

Novo “Homem-Aranha” é exuberante visualmente e reforça carisma do herói

Novo "Homem-Aranha" é segunda parte de uma trilogia, com Miles Morales em vez de Peter Parker (Foto: Reprodução YouTube)

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Se existe um exemplo de super-herói icônico, carismático e com capacidade de se reinventar, ele é o Homem-Aranha. E a prova disso é como sua marca é capaz de absorver novos filmes a cada dois anos, sem muito esforço e mantendo sua rentabilidade, o que é importante. E, ainda, fazendo isso por meio de produtos diferenciados, inovando na narrativa e sem perder (muito) da essência do Homem-Aranha.

Em 2018, a Sony lançou Homem-Aranha no Aranhaverso, que, como seu título indica, trazia uma nova versão do herói, focando agora em Miles Morales, um jovem negro que é herdeiro de Peter Parker e aparece nos quadrinhos da Marvel desde 2011. O longa-metragem animado se tratava de um autêntico coquetel visual elaborado com muito gosto, risco e originalidade.

Agora foi lançada uma continuação que, na verdade, é o segundo capítulo de uma trilogia. Em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, que está em cartaz nos cinemas brasileiros desde o início do mês, a história começa do ponto em que o episódio anterior acabava. Além de Miles Morales, muitos outros Aranhas de universos alternativos fazem aparições na aventura.

Se o trabalho visual do filme de 2018 já se sobressaía, o deste novo é ainda melhor. Quando dizem que cada quadro dele é uma obra de arte, não é exagero. As cores, as texturas, a mistura de animação com grafismos, elementos expressionistas, fundos impressionistas e quadrinhos mais tradicionais... É uma maravilha. Cada desenho é meticulosamente cuidado e o resultado é um filme de animação que respira qualidade por todos os poros.

Por outro lado, toda essa exuberância de arte e técnica está um pouco à frente da narrativa. O ponto negativo deste Homem-Aranha é que ninguém teve a audácia de remover meia hora do longa. A sensação é de que gostaram tanto dos grandiosos desenhos que acabaram sacrificando a história pela estética. Tanta cor, tanto ritmo e tanta textura acabaram diluindo o roteiro, que é bem menos potente do que o do primeiro episódio. Além disso, o uso dos universos alternativos pode ser um aliado, mas também um inimigo. E, aqui, o excesso prega uma peça. Mas, como disse: nada que não pudesse ter sido resolvido com umas boas tesouradas. O espetáculo continuaria sendo o mesmo. Na verdade, melhor.

© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.

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