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Suspense na Netflix

“O Assassino Midiático” lembra o filme “Se7en”, só que rodado em Taiwan

O elenco da série taiwanesa da Netflix que investiga uma série de crimes violentos (Foto: Divulgação Netflix)

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Na cidade taiwanesa de Songyan, em 1997, um homem mascarado causa comoção ao enviar um vídeo de um assassinato para vários canais de televisão. Após esse início impressionante, O Assassino Midiático, serie da Netflix que adapta um romance de Miyuki Miyabe, apresenta o personagem principal: o promotor Hsiao-Chi Kuo. Logo, os outros protagonistas, o veterano policial Shang-Yong Lin e a jornalista novata Yen-Jhen Lu, também são introduzidos.

Com uma gama cromática sombria, até mesmo nos reflexos das luzes de neon, e locações lúgubres, a série enfatiza a sordidez, um reflexo da depravação moral, lembrando O Silêncio dos Inocentes ou mais ainda Se7en – Os Sete Crimes Capitais. Poderíamos até dizer que é como uma adaptação à sociedade taiwanesa do mundo sombrio que David Fincher nos apresentou em Se7en. As horríveis cenas de tortura e assassinato, algumas bastante explícitas, encontram um contrapeso nas relações humanas entre o promotor Hsiao-Chi Kuo e os demais protagonistas.

Apesar de algumas quedas de ritmo, os diretores Henri Chang e Jung-chi Chang conseguem adicionar suspense, ao longo dos dez capítulos, à sua própria adaptação do romance de Miyuki Miyabe. Em que se pese o uso de personagens típicos, como o policial prestes a se aposentar ou a repórter ingênua, os atores Tsung-Hua Tou e Cammy Chiang conseguem dar identidade e disfarçar alguns clichês. Na interpretação, destaca-se o ator principal, Kang Ren Wu, que entrega uma grande variedade de registros dramáticos da personalidade do jovem promotor.

Assim como em Se7en, a crueza macabra da trama em O Assassino Midiático responde a uma dura crítica à dissolução dos valores morais e da coesão social. A influência da mídia e em particular do jornalismo sensacionalista também é mostrada com acidez, o que facilita para o assassino na hora de chamar a atenção dos meios de comunicação e assim manipular a opinião pública. Por outro lado, alguns personagens – como o avô de uma das vítimas – exalam grande humanidade.

© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.

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