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Colt Seavers (Ryan Gosling) é um dublê de renome. Um dublê de ação. Seu trabalho envolve cair, colidir, bater e pegar fogo. Ele ama o seu trabalho... E também ama Jody Moreno (Emily Blunt), uma atraente diretora de fotografia.
Há filmes cujo processo de produção esconde outro filme. Em cartaz nos cinemas brasileiros, O Dublê é, na verdade, uma refilmagem de uma popular série americana dos anos oitenta, The Fall Guy, conhecida como Duro na Queda no Brasil. A série contava as aventuras – e desventuras – de Seavers, um dublê que trabalhava como caçador de recompensas nas horas vagas. O produtor e fundador da produtora Entertainment 360, Guymon Casady, sonhava em adaptar sua série favorita para as telonas. Ele acabou comprando os direitos do criador, Glen A. Larson (também criador de A Super Máquina), e propôs a David Leitch que ele fosse o diretor do projeto.
Leitch, antes de dirigir alguns filmes de ação (Atômica, Trem-Bala e Deadpool 2), passou décadas trabalhando como dublê. Ele foi o duplo de Brad Pitt cinco vezes e conta que, ao observar de perto David Fincher em Clube da Luta, ficou hipnotizado pelo processo de criação artística e descobriu que queria dirigir filmes.
Esses dados ajudam a entender que O Dublê não é simplesmente um filme de ação. Ou a oportunidade de ver juntos os marcantes Ryan Gosling e Emily Blunt após seu duelo no Barbenheimer – ele na condição de Ken, ela como a esposa do físico Oppenheimer. O Dublê é, além disso e principalmente, uma homenagem à indústria cinematográfica por meio de uma figura desconhecida, mas absolutamente necessária: os dublês de ação.
E é, em segundo lugar, um exemplo de filme de gênero que se inspira nos clássicos e demonstra que a fórmula dá certo. Um filme de ação e aventura que, por sua vez, é uma elegante comédia romântica. Uma proposta aparentemente simples e muito eficaz que se baseia nos elementos que funcionam há um século no cinema: história e personagens. Ou, em outras palavras: roteiro. Um script que dá conta dos twists da trama, que consegue surpreender em um gênero muito explorado e que constrói bem cada um dos personagens e seus arcos de transformação. Se você adicionar a isso a química entre Gosling e Emily, a companhia de Aaron Taylor-Johnson, Hannah Waddingham no papel de vilã e a inestimável sensação de "diversão durante as filmagens", você tem todas as peças para que o filme empolgue o público. Entretanto, a bilheteria trará a prova final.
© 2024 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.