Já acabou de assistir de uma vez só à última temporada de “House of Cards”?
Ok, sem spoilers aqui, mas não é nenhuma guinada no enredo saber que o drama político sombrio sempre se deleitou em sua habilidade de imitar a Washington real. Há muito que é fantasioso (presidentes homicidas, até onde sabemos, são uma raridade) e a licença poética é ampla, mas há muito em que a série acerta, em termos de sensação (ui, a política é asquerosa!) e os pequenos detalhes.
Acertar as pequenas coisas frequentemente se deve ao pessoal por dentro de Washington que serve de consultores da série. Os créditos pela quinta temporada, que estreou semana passada no Netflix, incluem mãos calejadas de Washington como o estrategista do Partido Democrata Howard Wolfson, o assessor da Casa Branca de Obama Robert Bauer e o ex-presidente da Comissão Eleitoral Federal, Trevor Potter. Que tipos de minúcias de Washington eles transmitem?
Eis uma espiada. John Edgell, um veterano da política com 16 anos de Capitólio, atuou como consultor para apenas uma cena, embora tenha sido uma cena crucial: a abertura do primeiro episódio da temporada. A ação se desdobra em uma réplica do plenário da Câmara dos Deputados – um cenário que Edgell considerou notavelmente fidedigno – construído em um armazém em Joppa, em Maryland, onde a série é gravada.
Edger tinha aparecido como um figurante em duas temporadas anteriores, e quando a série precisava de alguém familiarizado com os procedimentos no plenário da Câmara dos Deputados, ele foi chamado. Seu trabalho era ler o roteiro e assistir à cena para apontar se alguma coisa parecia errada. Isso é, escandalosamente errada. “É claro que é Hollywood, então eles exageram um pouco”, disse o membro da equipe de longa data, que encontrou um punhado de imprecisões que os produtores corrigiram no cenário.
Detalhes
Uma coisa que ele observou foi que os figurantes reunidos no plenário da Câmara dos Deputados para retratar legisladores em cada lado do corredor não estavam distribuídos de maneira apropriada. “Sem querer ser político, mas eu disse, ‘o Partido Republicana é um monte de homens brancos mais velhos’, então eles moveram alguns dos figurantes de lugar.”
Outra coisa, que certamente teria irritado alguns esnobes do parlamento se tivesse passado na tela, aconteceu quando Kevin Spacey, o ator que interpreta o presidente Frank Underwood, termina um discurso no piso da Câmara dos Deputados (ele é um ex-membro da Câmara e invoca seu privilégio de falar do piso). Spacey conclui seu discurso inflamado se referindo à parlamentar que preside como “senhora presidente” – o que é completamente errado no plenário.
O correto é “senhora oradora”, Edgell informou à equipe. Então Spacey refilmou o discurso, e o erro em potencial foi evitado.
Para Edgell, a experiência no plenário da Câmara dos Deputados de mentira foi um pouco mais entusiasmante do que a maioria dos momentos no de verdade. “Definitivamente foi uma daquelas coisas para se fazer antes de morrer”, disse.
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