A banda Paramore, que se apresenta no Brasil nos próximos dias| Foto: Zachary Gray/Divulgação Paramore
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A velocidade com que os ingressos para os shows do Paramore evaporaram deixou muita gente impressionada. Nesta semana, a banda de rock chega ao Brasil para sua quinta turnê, com shows esgotados no Rio de Janeiro (9) e em São Paulo (11 e 12). Os 9 mil tíquetes para a apresentação carioca acabaram em 27 minutos. Em São Paulo, eram 18 mil ingressos para uma única data, isso com mais de 40 mil fãs na fila de espera online antes deles serem liberados para venda. A entradas terminaram em instantes e uma segunda noite foi adicionada. O resultado foi o mesmo: não deu para quem quis.

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É assim no mundo inteiro e já faz um certo tempo. Desde que apareceu no cenário emo/pop-punk, há 19 anos, a trupe do Tennessee é uma verdadeira sensação com suas músicas cheias de energia, ressaltadas pela performance da cantora Hayley Williams. Ela tinha 13 anos quando conheceu os outros rapazes da banda num programa de homeschooling, na cidade de Franklin. Desde então, a formação já teve idas e vindas, mas a vocalista sempre seguiu firme em seu posto.

A fé cristã foi algo que uniu os integrantes logo de cara e um assunto que permanece nas pautas de entrevistas até hoje. Um dos músicos já declarou que não vê o Paramore como uma banda cristã, mas, sim, uma banda formada por cristãos. E que o Paramore não existe para pregar para seus fãs, mas como a fé é algo importante para os membros, ela acaba aparecendo nas composições. No caso de Hayley, ela já se debateu bastante com o assunto espiritualidade, passando por momentos em que esteve bastante conectada com a religião e outros de afastamento e diversos questionamentos.

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Roe v Wade

No ano passado, a banda causou controvérsia com seus fãs mais conservadores ao se posicionar contra a decisão da Suprema Corte americana no caso Roe v Wade, chegando até a doar renda de shows para organizações que facilitam o acesso ao aborto logo que o litígio ganhou a mídia. Sobre a repercussão negativa, Hayley preferiu olhar para o copo meio cheio. “Uma parte de mim entende que isso foi bom pois, se estivéssemos falando as mesmas ideias para os mesmos fãs de sempre, seria apenas uma câmara de eco”, declarou a um jornal inglês.

Quase duas décadas após sua formação, é natural que o grupo tenha mudado bastante. Esteticamente, mesmo que estejamos passando por um revival dos sons do começo do milênio, não dá para dizer que o Paramore siga preso ao estilo que o consagrou. Nos últimos álbuns (já são seis, contando This Is Why, lançado em fevereiro), a banda se abriu para influências mais alternativas e dançantes, conversando com novas plateias e virando referência para artistas da geração atual, caso da jovem cantora Billie Eilish, que idolatra Hayley e já a chamou para um dueto no importante festival americano Coachella.


Nas letras, Hayley passa por um momento de desencanto com a sociedade, criticando severamente as hipocrisias cotidianas. Em This Is Why, música que dá nome ao novo álbum, além de cantar versos como “se você tem uma opinião, talvez seja melhor guardá-la para si mesmo”, ela olha para o mundo pós-pandêmico com extrema preguiça. Até mesmo preguiça de sair de casa e conviver com os outros. Ainda bem que os fãs brasileiros não estão na mesma frequência e esgotaram os cerca de 45 mil ingressos para as três apresentações que vem por aí.