Vira e mexe, o cinema americano produz uma boa animação que consegue divertir a criançada e trazer alguma mensagem positiva ao pai, avô ou qualquer outro adulto acompanhante. Esse é o caso de sucessos como Rango, Divertidamente e, agora, Leo, um dos filmes mais assistidos na Netflix nesta semana.
Leonardo, o personagem titular, que é um lagarto dublado em inglês pelo ator Adam Sandler, tem uma vida confortável como o pet na sala de aula do quinto ano do ensino fundamental de um colégio. Ele divide seu espaço em um terrário com Squirtle, uma tartaruga vivida pelo comediante de stand-up Bill Burr. Os dois agem como dois velhinhos em um asilo, trocando piadas e provocações que envolvem o universo escolar. Mas tudo muda um dia, durante uma reunião de pais, quando Leo ouve um dos responsáveis comentar que ele está velho e próximo da morte.
O lagarto entra em pânico e decide que precisa sair do espaço pequeno no terrário para realizar sonhos como “visitar os Everglades” (um manguezal na Flórida) e “espalhar salmonela”. É por esse personagem que são compartilhadas muitas das mensagens aos avós que assistirem ao filme, as principais delas sendo aproveitar a vida e espalhar sabedoria.
Esse mote ganha um gás quando o réptil falante começa a ser levado para a casa de uma criança diferente a cada sexta-feira. Inicialmente, ele tenta manter em segredo que sabe falar, mas acaba descoberto e vira uma espécie de animal de assistência emocional. Ele ouve os garotos e usa seus 74 anos de experiências com o quinto ano para opinar sobre os problemas e dar dicas para os pequenos, em uma fase marcada pelo início da puberdade.
De onde vêm os bebês
Muitas das piadas de Leo vêm da criação de personagens estereotipados. Na sala, há uma garota mimada e popular, um menino que é superprotegido pelos pais (e por um drone) e um valentão que não sabe de onde surgem os nenês. Outro detalhe divertido é que as crianças abaixo da quinta série são retratadas como monstrinhos que não param quietos e geram o caos.
Um dos momentos mais hilários é quando Squirtle fica com ciúmes da atenção recebida por Leo e decide tentar ajudar uma criança. O resultado: ele ensina ao valentão que bebês nascem do mesmo jeito que tartarugas, em uma explicação que envolve elementos como água e uma cloaca. Então, se o seu filho ou neto ainda não sabe nada sobre reprodução, é melhor ter uma conversinha antes de ver a animação. O resto das piadas são mais inocentes, como quando o menino superprotegido escreve uma cartinha honesta para dar uma espécie de “pé na bunda” do drone que sempre o acompanha.
O lançamento, que integra um pacote de filmes da Netflix com Adam Sandler, encomendados pela bagatela de 250 milhões de dólares, é uma comédia leve que foge da atual tendência de Hollywood em produzir longas carregados de ideologia. Em Leo, crianças são crianças com problemas normais da idade e os mais velhos, mesmo quando falhos, acabam representados como fontes de sabedoria. É aquele produto ideal para um final de semana em família no sofá.
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