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The Chosen: Os Escolhidos, a famosa série sobre a vida de Jesus Cristo, continua batendo recordes e deixou de ser uma surpresa para se tornar um produto absolutamente consolidado: tem mais de 600 milhões de visualizações em 200 países e é legendado em 62 idiomas. No total, estão previstas sete temporadas, com um total de 50 episódios. A quarta, cujos dois primeiros episódios começam a ser exibidos nesta quinta (21) nos cinemas brasileiros, traz diversas novidades. A principal delas é justamente essa estreia nas telonas antes das plataformas. Dallas Jenkins, criador e diretor da série, explicou desta forma: “Cada vez que mergulhamos no mundo do cinema, os espectadores nos dizem de forma esmagadora que querem mais. Depois de assistir aos episódios da quarta temporada, sabíamos que estaríamos prestando um péssimo serviço aos nossos fãs se negássemos a eles a oportunidade de ver todos eles na tela grande, com outras pessoas com quem eles pudessem rir e chorar.”
Na verdade, o público concorda porque, no primeiro fim de semana de exibições da quarta temporada lá fora, a série faturou quase 8 milhões de dólares. No Brasil, cinemas de 157 cidades estão ofertando sessões dos dois primeiros novos episódios. Três atores da série vieram acompanhar e promover o lançamento, incluindo Jonathan Roumie, que vive Jesus Cristo. Gazeta do Povo esteve com eles para um bate-papo em São Paulo, que será publicado na próxima semana.
A mudança para as telonas é mais do que justificada. Primeiramente porque está consolidado o salto de qualidade na produção, algo que já foi visto na terceira temporada. A iluminação, os figurinos e os cenários nada têm a ver com os da primeira leva de capítulos, continuando a ser uma produção ajustada a um orçamento baseado sobretudo no crowdfunding (com contribuições cada vez mais generosas). Além disso, a duração dos episódios aumentou: o segundo ultrapassa os 90 minutos, o que é típico de muitos filmes.
Banquete de Herodes, dança de Salomé
O primeiro episódio desta quarta temporada conta o martírio de João Baptista, e se destaca pela magnífica recriação do famoso banquete de Herodes e da dança de Salomé (a forma como são filmados os ensaios da bailarina revela claramente o salto de nível na produção e edição). É um episódio em que Jesus quase não aparece, mas levanta os conflitos políticos que serão definitivos ao longo da temporada.
O segundo capítulo recria o chamado “primado de Pedro”, momento em que Jesus escolhe Simão como líder do grupo de apóstolos e muda seu nome para ser a “pedra” de sua igreja. Este episódio investe na subtrama – criada pelos roteiristas, mas coerente com as frases do Evangelho – de uma certa rivalidade e inveja dos demais apóstolos, até com reclamações ao próprio Jesus por parte de alguns deles, que não acham graça em um homem tão temperamental e com fraquezas óbvias ser o chefe. Percebe-se aqui um dos grandes pontos fortes da série: poder aproximar o evangelho das situações cotidianas que qualquer homem ou mulher do século XXI podem vivenciar.
As interpretações são corretas e até notáveis em alguns casos. Jonathan Roumie pode não impressionar ao abrir a boca – suas falas podem soar um pouco “distantes” – mas ele é um ator muito natural e com muita personalidade na expressão gestual. Isso, sem dúvida, representa um ponto positivo na escolha de elenco de uma série que pretende levar o Evangelho a pessoas que talvez nunca tenham lido um versículo.
© 2024 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.