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Para quem assina Star+ ou Netflix, aqui vão duas sugestões dominicais despretensiosas, que podem gerar bom divertimento. Ambos contam com grandes atores liderando os elencos. O primeiro tem como protagonista o talentoso Michael Fassbender, visto no ano passado no recomendadíssimo O Assassino. A outra opção é para quem curte as caras e bocas do comediante Adam Sandler – dessa vez, num papel dramático.
Quem Fizer Ganha
Um breve prólogo lembra que, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, a seleção da Samoa Americana, ilha dos Estados Unidos na Oceania, perdeu para a Austrália por 31 a 0. Nos anos seguintes, os samoanos não venceram um único jogo. Eles sequer marcaram um gol. Para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, contrataram Thomas Rongen (Michael Fassbender), técnico passando por uma baixa na carreira. Quem Fizer Ganha, que chegou ao catálogo do Star+, imagina como foi o encontro entre Rongen e seu time de futebol e como eles melhoraram como pessoas e como atletas.
Taika Waititi, diretor de Jojo Rabbit, tem fama de original e criativo, e nos surpreende com um filme bastante convencional: a clássica história de um time de perdedores que cresce graças à intervenção de um treinador diferente. No presente caso, é surpreendente porque os acontecimentos narrados realmente estão próximos da realidade. Rongen é um homem amargo e raivoso, enquanto os samoanos são apresentados como gentis, otimistas, calmos e religiosos.
Com essas premissas, o roteiro caminha suavemente por caminhos já conhecidos. A evolução para melhor do treinador é muito forçada. Algumas piadas são engraçadas, outras previsíveis. A anedota original é a história de Jaivah, um jogador transsexual. Trata-se de uma história verdadeira que os roteiristas não puderam deixar de explorar. O mais significativo é a ideia de que o fundamental é curtir o jogo e não simplesmente ir a campo para vencer. (Fernando Gil-Delgado) Original em espanhol.
O Astronauta
Jakub (Adam Sandler) está a milhares de quilômetros da sua esposa, perto de Júpiter, e isso faz dele o primeiro astronauta checo a chegar tão longe. Quando o relacionamento com sua esposa está prestes a terminar, ele descobre um novo passageiro na nave: uma aranha alienígena que consegue se comunicar com ele, e que de fato sabe perfeitamente o que está acontecendo com seus sentimentos.
Filmes como A Chegada, Ad Astra: Rumo às Estrelas e Gravidade confirmaram uma nova era na ficção científica metafísica. Todos eles possuem aquela mistura de complexidade e universalidade que permite ao espectador considerar questões antropológicas em tramas simbólicas com cuidadoso design de produção e excelentes elencos. O Astronauta, que estreou na Netflix em março, tem grandes atores como o próprio Adam Sandler, Isabella Rossellini e Carey Mulligan, e um compositor como Max Richter. Pena que o roteiro do estreante Colby Day fique aquém.
O diretor Johan Renck, responsável por episódios de séries tão impecáveis quanto Chernobyl, Breaking Bad – A Química do Mal e Halt and Catch Fire, deixa-se levar por um estilo barroco e vazio, e compõe uma sinfonia desafinada e arrítmica. O filme chegou a ser cotado para alguns prêmios, mas não faturou nada. Ele faz parte de um contrato milionário firmado entre Adam Sandler e Netflix, que está colocando o ator a cada seis meses com um produto novo no serviço de streaming. (Claudio Sánchez) Original em espanhol.
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