Uma remessa de robôs naufraga perto de uma ilha deserta. Quase todas as máquinas foram destruídas ou gravemente danificadas. Uma delas, a unidade ROZZUM 7134 – ou “Roz” – fica intacta e é ativada acidentalmente. Programada para servir, Roz tenta se comunicar com as criaturas que encontra, incluindo todos os animais. Não é fácil porque os seres consideram Roz “um monstro”. Essa é a premissa de Robô Selvagem, filme dos estúdios Dreamworks que chegou aos cinemas brasileiros na última semana.
O longa é baseado em Wild Robot, livro publicado por Peter Brown em 2016. A obra foi um sucesso imediato no exterior e virou uma série de quatro livros. Essa fábula encantadora que fala sobre ter coração, cuidar dos outros, servir e proteger o planeta, e que usa referências do naipe de O Livro da Selva e O Pequeno Príncipe, não é uma má escolha para levar os pequenos às salas de cinema.
O filme tem ritmo, tem humor e levanta questões interessantes sem dar nenhuma aula magna. Roz quer cumprir o seu papel num contexto estranho e dá sentido à sua existência ao ultrapassar os limites impostos pelos seus programadores. É aquela velha história da Inteligência Artificial que passa a ter autoconsciência e sentimentos.
A primeira parte é muito engraçada e cheia de piadas espirituosas. Com o aparecimento do ganso e da raposa mais adiante, a trama ganha em dramaticidade e profundidade. É por meio desses animais que Roz estabelece relações com os outros habitantes da ilha. O resultado é tão idílico que o diretor acaba caindo em um clichê ingênuo aqui e outro ali. Mas vale notar que a trilha sonora de Kris Bowers é excelente.
Robô Selvagem apresenta uma qualidade de produção acima da média. Quem assistir não se surpreenderá com o fato de que publicações especializadas em cinema, como Variety, Screen Rant e Vulture, já apostam que o filme abocanhará uma indicação ao Oscar de Melhor Animação em Longa-Metragem. Teremos o veredito em 17 de janeiro de 2025.
© 2024 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
- Robô Selvagem
- 2024
- 102 minutos
- Classificação indicativa livre
- Em cartaz nos cinemas