Após ser expulso dos quadros da Academia de Hollywood, em maio do ano passado, o cineasta Roman Polanski move um processo e exige ser readmitido na organização, responsável pela entrega do Oscar. As informações são da revista Variety e do site Deadline.
Segundo o diretor argumenta na ação, movida na Califórnia, a entidade não seguiu o protocolo adequado quando o excluiu. À época, o órgão justificou que estava desligando o diretor porque esperava que seus membros fizessem "jus aos valores da Academia de respeito à dignidade humana." Mas Polanski contra-argumenta dizendo que a decisão da organização "não é respaldada em nenhuma evidência".
O diretor nascido na Polônia, um dos maiores nomes da história do cinema, já concorreu ao Oscar quatro vezes e venceu uma estatueta de direção, em 2003, por "O Pianista". Sua expulsão da Academia se deu em meio ao furor de movimentos feministas como o #MeToo e que acabou repercutindo também na exclusão de nomes como Harvey Weinstein e Bill Cosby, ambos acusados de abuso sexual.
Responsável por filmes como "O Bebê de Rosemary", Polanski admitiu ter feito sexo com uma menina de 13 anos durante uma sessão de fotos abastecida por drogas e champanhe, em 1977. Após confessar esse estupro, foi condenado a 90 dias de prisão e fugiu dos Estados Unidos. Ele passou as décadas seguintes sem voltar ao país. Em 2009, foi detido a caminho do Festival de Cinema de Zurique, e passou então dois meses numa prisão suíça. Em seguida, foi colocado em prisão domiciliar no seu chalé alpino, até que, em 2010, as autoridades daquele país decidiram não extraditá-lo para os EUA.