“O Exorcista do Papa” era o título usado para classificar Gabriele Amorth (1925-2016), um carismático sacerdote italiano que atuou como exorcista no Vaticano durante trinta anos, além de publicar livros e dar centenas de palestras sobre a existência do demônio. Precisamente, a partir de seus livros de memórias (An Exorcist Tells His Story e An Exorcist: More Stories) foi construído o roteiro que o australiano Julius Avery pegou para dirigir em O Exorcista do Papa, primeiro filme de terror estrelado por Russell Crowe, em cartaz nos cinemas brasileiros desde a semana passada.
O filme se concentra na sangrenta batalha do padre Amorth para libertar da possessão diabólica um menino traumatizado pela morte de seu pai. A possessão acontece num velho mosteiro espanhol que possui um obscuro vínculo com a Inquisição.
Há no filme uma dupla vertente, que a transforma em convencional e interessante ao mesmo tempo. Por um lado, estamos diante de uma obra de terror, cheia de efeitos especiais, sustos e cenas tão assustadoras quanto artificiais. Nada digno de nota ou original e, ainda por cima, com uma trama supostamente histórica que é ridícula de tão inverossímil, mas que serve para o diretor desenvolver uma superprodução, não um documentário sobre um caso real.
Por outro lado, existem elementos muito interessantes que são os relacionados com o personagem do padre Amorth, interpretado com convicção por Russell Crowe, e sua forma de enfrentar o demônio. Nesse sentido, engrandece o filme a fidelidade do texto com alguns dos traços do caráter do padre Amorth – desde o seu senso de humor até alguma rebeldia, sempre dentro da ortodoxia e da união com o Papa – e seu modo de praticar exorcismos.
Sobre essa maneira de exercer a peculiar “profissão”, o filme sublinha algumas das ideias mais repetidas pelo padre Amorth: o dever de distinguir entre as possessões e as doenças mentais, a importância das confissões para vencer o demônio, a necessidade de orações constantes ou de um pedido eficaz à vigem Maria.
Em resumo, um filme de terror que não se destaca tanto, mas que apresenta a biografia de um personagem extraordinário.
© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
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