O ator Gabriel Leone vive Ayrton Senna em série da Netflix| Foto: Alan Roskyn/Netflix
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Finalmente, nesta sexta-feira (29), o produto audiovisual brasileiro mais aguardado de 2024 chega ao streaming. Estamos falando de Senna, a minissérie que conta a história de um dos maiores astros na história da Fórmula 1. Realizados pela produtora Gullane em parceria com a Netflix, os seis episódios retratam a ascensão do piloto e não deixam nada a desejar em comparação com obras internacionais. 

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Gabriel Leone é o ator escolhido para viver Ayrton Senna. Ele já havia se destacado em produções como DomFerrari Eduardo e Mônica, mas esse é o papel da vida dele. O brasileiro consegue transportar para as telas as diferentes nuances do automobilista, seja quando faz o ainda desconhecido Ayrton da Silva ou quando já interpreta Senna, o tricampeão mundial de F1. Não faltam cenas que revelam seus esforços dentro e fora das pistas, sua obstinação para ser bem-sucedido e detalhes de sua vida pessoal (especialmente de seus relacionamentos amorosos, como os que engatou com as apresentadoras Xuxa e Adriane Galisteu). 

Para dar tração à história, Senna cria alguns personagens no meio do caminho, como é o caso da jornalista Laura Harrison, vivida pela atriz britânica Kaya Scodelario, que arrisca um ótimo português no seriado (ela é filha de brasileira). Sua inclusão pode parecer um pouco forçada para quem conhece a biografia do brasileiro, mas é justificada como uma representante da relação de Senna com a imprensa. Mesmo assim, os personagens mais importantes para a história dele são Miltão e Zaza, os pais de Ayrton. 

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Olhar expressivo

Senna acompanha toda a evolução do piloto como profissional, desde seu início no kart até as passagens pelas Fórmula Ford, Fórmula 3 e seu reinado na F1. Para as cenas na pista, nota-se bastante cuidado da produção para conseguir convencer até o fã mais inveterado do esporte, aquele que sabe detalhes sobre qual curva o piloto mudou para tal marcha.  

Claro, não dá para replicar todo o talento de Senna, mas a Gullane e a Netflix encontraram boas saídas. Para os efeitos visuais, reconstruíram carros similares ao que o brasileiro, Niki Lauda, Nelson Piquet e Alain Prost utilizavam entre as décadas de 1970 e 1990. O trabalho foi feito pelo argentino Tulio Crespi, que colocou o filho Luciano como dublê para as cenas de Senna.  

Disputa entre Alain Prost e Ayrton Senna está retratada no seriado| Foto: Alan Roskyn/Netflix

Outra saída engenhosa foi a de destacar muitos closes no olhar expressivo de Leone dentro do capacete. Há também diversas tomadas que apresentam os movimentos afiados ao volante e a ação dos pés de Senna nos pedais. Nos comentários do trailer, disponibilizado no YouTube, houve quem apontasse que a técnica de Senna com o acelerador e o freio não está igual à realidade. Mas aí é exigir demais de um seriado com elementos ficcionais.

Complicado e perfeitinho 

A série definitivamente apela para a nostalgia de quem há 30 anos enfrentava o luto pela morte de Senna no circuito de Ímola. Mas o produto também tenta atrair uma nova geração que não vivenciou as corridas do brasileiro. Quando algum personagem novo e importante aparece no seriado, uma legenda explica quem ele é e qual sua relevância no momento.

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Fora isso, o Senna das telas foi escrito de maneira humana – um personagem inspirador, mas por vezes complicado. Prato cheio para quem é fã de dramas e nunca se interessou tanto por automobilismo. 

Há bastante cuidado estético com o produto, especialmente com a ambientação das décadas, a exemplo das marcas da época estampadas nos carros e capacetes. A trilha-sonora é outro elemento que não decepciona, apresentando clássicos de grupos como Deep Purple, Boston e de brasileiros que formaram o gosto roqueiro de Senna, casos de Rita Lee e Cazuza. O sucesso internacional da série talvez ajude a dar visibilidade a essa cultura musical dos anos 1980 e 1990 de nosso país. 

Desde que foi anunciada pela Netflix, em março de 2023, Senna gerou muita curiosidade e receio. Tudo poderia dar errado ou muito certo. A produção tinha a faca e o queijo na mão ao receber a vida do piloto para roteirizar. Felizmente, conseguiu entregar uma história inspiradora, de alguém que neste ano finalmente foi aprovado para entrar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Que as novas gerações o mantenham como exemplo de excelência e determinação.

  • Senna
  • 2024
  • Seis episódios
  • Indicado para maiores de 16 anos
  • Disponível na Netflix
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