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Naves espaciais, momentos de tensão e os obrigatórios sabres de luz. Todos esses itens são vitais no universo de Star Wars, franquia criada nos anos 1970 pelo cineasta George Lucas. Há mais de dez anos, esse império construído em cima dos personagens Luke Skywalker e Darth Vader foi adquirido pela Disney, que nem sempre acertou quando criou produtos derivados. Mas esse não é o caso de Ahsoka, a nova série do Disney+, que já possui três episódios disponíveis para streaming.
O programa carrega o nome da personagem Ahsoka Tano, uma aprendiz de Anakin Skywalker (o nome de Darth Vader quando era um mocinho) que foi apresentada inicialmente nos desenhos Clone Wars e Rebels, criados para completar vazios na trama de Guerra nas Estrelas. Talvez isso não signifique muito para quem parou de acompanhar a saga depois da trilogia original, mas serve como um aviso de que o novo seriado já chega com muita bagagem para sua história.
Mesmo assim, o executivo Dave Filoni, que é quem tem construído o universo pós-Lucas, soube contextualizar o que está acontecendo na série para quem não viu nenhuma das animações. A saída foi retomar uma das escolhas estéticas clássicas de Guerra nas Estrelas: a rolagem de um texto no espaço sideral com uma música de fundo épica. Essa saída faz com que, de cara, o espectador possa se situar sem precisar assistir a diversos episódios de um desenho mediano.
Boas tensões e atores melhores
A história de Ahsoka se passa após os filmes originais e mostra a luta da ex-cavaleira Jedi para abater vilões que querem recriar o Império deixado por Darth Vader e o Imperador. O seu principal nêmesis é o Grande Almirante Thrawn, um ser azul que é interpretado com bastante seriedade por Lars Mikkelsen, de House of Cards e Sherlock.
Esse oponente é um dos melhores a aparecer na tela desde que a Disney assumiu as rédeas. Vemos um personagem que é assustador e extremamente calculista. Mas, nos primeiros episódios, o destaque fica para seus lacaios Baylan Skoll e Shin Hati, que usam sabres de luz e o poder da “Força”, a entidade mística da saga, para completar seus objetivos.
A luta entre o bem e o mal é o que move a série, naquela clássica relação de gato e rato que víamos nos filmes antigos. Mas, diferentemente do que aconteceu em outros produtos deste universo, como Obi-Wan Kenobi e O Livro de Boba Fett, isso não implica em batalhas e efeitos especiais o tempo inteiro.
Ahsoka sabe construir a tensão e deixar o espectador curioso com o que acontecerá a seguir. A contratação de atores de melhor qualidade, como Mikkelsen, Rosario Dawson e Ray Stevenson, que infelizmente faleceu antes da estreia, ajuda a fortalecer a experiência.
Caso você já tenha desistido de Star Wars, talvez valha a pena considerar dar uma última chance com este seriado, pois ele resgata o melhor dos filmes originais e do que a Disney fez até agora. Se este não é seu caso, e você é um fã ávido por mais histórias (independentemente de qualidade), a recomendação é assistir a Clone Wars e Rebels enquanto os próximos cinco episódios de Ahsoka não são lançados.