Herói ou anti-herói? É difícil definir quem é Jack Reacher, personagem que surgiu nos livros do autor britânico Lee Child e foi transformado em série pelo Prime Video. Ao longo dos episódios da produção que carrega o sobrenome dele, o veterano do exército dos Estados Unidos demonstra ter um código de conduta próprio, geralmente pautado em manter sua liberdade acima de qualquer lei.
Na primeira temporada, conhecemos Reacher como o principal suspeito em mortes que chocam Margrave, pequena cidade interiorana no estado da Georgia. Desde o minuto inicial, o espectador fica intrigado. Afinal, por qual motivo um ex-soldado altamente condecorado se envolveria na rotina de um local tão pacato?
Provada a sua inocência, a coisa começa a andar e quem assiste ao seriado percebe que ele é muito mais do que um simples produto de ação – uma cena de “porradaria” na prisão representa essa outra faceta importante de Reacher. O personagem vai se tornando mais complexo conforme sua motivação para se envolver na investigação das mortes fica clara. Nesse processo, ele foge do estereótipo mais artificial e comum nesse tipo de obra: o soldado não é só um brutamontes, mas também um homem que se preocupa em defender a honra própria e de pessoas indefesas.
Na segunda temporada, que chegou ao fim em janeiro, Reacher está em Arkansas e segue na mesma toada, quase como um cavaleiro que vagueia pelo mundo em busca de missões. Sim, ele continua a quebrar leis enquanto bota essa banca de justiceiro. Mas cada surra do vigilante acaba virando uma lição valiosa para a nova “vítima” dele, trazendo um senso de restauro da ordem vigente. Em determinado episódio, por exemplo, ele “senta a mão” em um criminoso que faz uma criança de refém enquanto a mãe é obrigada a limpar sua conta bancária no caixa eletrônico. Mais satisfatório ver isso do que o bandido ser apenas fichado e solto na sequência, não é mesmo?
Terceira temporada em produção
O desenvolvimento do personagem é o que torna o seriado imperdível. Isso acontece graças ao bom roteiro, que sempre está embasado em um dos 28 livros de Child. Mas a atuação de Alan Ritchson também é digna de nota. O ator americano nunca tinha feito um grande trabalho, antes sendo lembrado apenas por algumas pontas como o Aquaman no seriado Smallville, de 2001. Agora, ele se encontrou na pele de Reacher e não poupa esforços para trazer a visão do autor para a tela.
O ex-soldado já havia aparecido nos cinemas, encarnado pelo veterano Tom Cruise no filme Jack Reacher – O Último Tiro, de 2012. Mas o personagem foi retratado de uma maneira muito distante de sua descrição do livro. Na mente de Child, ele deveria ser um homem imponente, com 1m96 de altura e 113 quilos de puro músculo. Por isso, quando convocado para a missão, Ritchson ingressou em uma rotina de treinos árdua, conquistando 13 quilos e se tornando um verdadeiro gigante. Pode parecer superficial, mas o respeito com a aparência original mostra que ele está totalmente dedicado ao papel – além de reforçar o interessante contraste de um brucutu que se porta como um honroso cavaleiro.
Não à toa, o seriado está fazendo sucesso e já tem terceira temporada confirmada, com episódios gravados desde dezembro. Sem data para estreia, a nova leva de episódios adaptará o arco do livro Persuader, o sétimo sobre o personagem, que no Brasil foi lançado como Acerto de Contas pela Bertrand Brasil.
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