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Com o Natal batendo à porta, nada melhor do que pegar um filme que verse sobre o assunto para uma sessão em família. A lista que segue contempla drama, comédia, ação, filme infantil e até cinema nacional. É escolher a pedida que mais apetece ou mergulhar no tema e conferir todas as nossas sugestões de filmes natalinos.
Trocando as Bolas (John Landis, 1983)
Muito importante historicamente por ser apenas o segundo papel no cinema de Eddie Murphy, um ano antes dele explodir com Um Tira da Pesada. Trocando as Bolas não é a típica história natalina – e foi lançado no verão americano, que é no meio do ano –, mas se passa na Filadélfia no período em que as pessoas são mais generosas. A não ser que essas pessoas sejam os irmãos Randolph e Mortimer, proprietários de uma corretora que apostam um dólar na troca de papeis entre o melhor funcionário da firma (vivido por Dan Aykroyd) e um vagabundo golpista (Murphy). Um dos irmãos avarentos acredita que o ambiente é determinante para o sucesso de uma pessoa, logo o vagabundo seria capaz de triunfar no lugar do almofadinha. O outro duvida. Quando as cobaias descobrem que estão fazendo parte desse experimento, eles se unem para dar o troco e falir a corretora dos irmãos. O filme usa palavras que os movimentos raciais atualmente abominam e Aykroyd até se pinta de preto para fazer um estudante jamaicano na icônica cena do trem. Tudo está no contexto dessa comédia, que debate valores morais e aspectos hipócritas da nossa sociedade. Um belo conto de Natal, enfim. (José Flávio Júnior)
Onde assistir: disponível no Telecine, Looke, Netmovies e para locação em Apple TV e Microsoft.
Duro de Matar (John McTiernan, 1988)
Outro trabalho que foi crucial na carreira de um ator, dessa vez, Bruce Willis, que estava dando seus primeiros passos no audiovisual e virou uma estrela de primeiro escalão com esse primeiro Duro de Matar. Ele interpreta o policial nova-iorquino John McClane, que está indo para a Califórnia na esperança de reconquistar a esposa e rever suas duas crianças no período natalino. Coincidentemente, o tira se dirige até o prédio onde sua mulher trabalha na mesma tarde em que uma equipe treinadíssima chega ao local para realizar um ousado roubo. Contra tudo e contra todos, McClane vai para cima do bando, apoiado por um roteiro que entrega altas doses de adrenalina até a última cena. Não por acaso, muitos veículos consideram Duro de Matar o melhor filme de ação de todos os tempos. McClane salva o Natal de muita gente na película, incluindo o dos filhos. (José Flávio Júnior)
Onde assistir: Disney+.
Os Rejeitados (Alexander Payne, 2023)
Aqui a ação se passa no prestigiado internato masculino Barton, na Nova Inglaterra, durante o Natal de 1970. Todos vão com suas famílias passar aquelas queridas férias de fim de ano, exceto os restos mortais, ou seja, várias crianças que não têm com quem ir, a cozinheira afro-americana Mary Lamb (Da'Vine Joy Randolph) – cujo único filho, um ex-aluno de Barton, acaba de morrer na Guerra do Vietnã – e Paul Hunham (Paul Giamatti), um professor de História Antiga, solteiro, exigente e rabugento, que irritou o diretor da escola por não ceder às pressões de uma rica família benfeitora. Devido a um acontecimento inesperado, no final resta apenas um aluno: Angus Tully (Dominic Sessa), um cara inteligente, mas rebelde, traumatizado pelo divórcio dos pais, pelo afastamento do pai e pelo novo casamento da mãe. Uma excursão a Boston decidirá o futuro de todos eles. (Jerónimo José Martín) Leia o texto completo.
Onde assistir: disponível no Prime Video e para locação na Amazon, Apple TV e Claro Video.
A Felicidade Não se Compra (Frank Capra, 1946)
A Felicidade Não se Compra estreou em Los Angeles no dia 24 de dezembro de 1946. Véspera de Natal! Naquele momento, o diretor ítalo-americano Frank Capra jamais imaginaria que sua obra se tornaria o maior ícone do cinema num gênero tão específico que, entre outras variações, é chamado de “filme de Natal” ou ainda “filme natalino”. A bem da verdade, A Felicidade Não se Compra foi um fiasco em sua estreia, ofuscado principalmente pela concorrência de Os Melhores Anos de Nossas Vidas, um drama de guerra assinado por William Wyler e que havia estreado na semana anterior.(...) É evidente que Os Melhores Anos de Nossas Vidas continua sendo um clássico indiscutível e obrigatório, mas praticamente caiu no esquecimento. E, por conta do destino, A Felicidade Não se Compra é, mesmo após quase oitenta anos de seu lançamento, a maior representação cinematográfica quando falamos de Natal. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.
Onde assistir: disponível no Looke, Belas Artes à la Carte, Oldflix e Netmovies.
Esqueceram de Mim (Chris Columbus, 1990)
Esqueceram de Mim pode ser categorizado como um filme familiar; mas é, antes de tudo, um conto de Natal bastante incomum. O roteirista John Hughes, então um nome já consagrado em Hollywood por conta do adorável Curtindo a Vida Adoidado (1986), escreveu uma história que, mesmo sem incluir elementos ou personagens comuns à época do Natal, possui toda a simbologia clássica natalina. (...) Macaulay Culkin, que interpreta Kevin, tornou-se com esse trabalho o ator-mirim mais importante e mais bem pago daquela geração. Uma graça de criança, carismático e cheio de caras e bocas, Culkin é literalmente o dono do filme. O diretor Chris Columbus, que inicialmente nem o cogitou para o elenco, nitidamente não tem qualquer dificuldade para dirigir o menino – que em mais da metade das sequências aparece sem coadjuvante em cena. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.
Onde assistir: Disney+.
O Grinch (Ron Howard, 2000)
No filme, o diretor Ron Howard mantém-se fiel aos escritos do americano Theodor Seuss Geisel, autor de livros infantis mundialmente conhecido somente pelo pseudônimo Dr. Seuss. O Grinch (Jim Carrey) odeia o Natal e, como forma de acabar com a alegria de todos, decide roubar tudo o que se relaciona à data comemorativa, sobretudo os presentes colocados debaixo das árvores nas salas dos moradores da Cidade dos Quem. Mas lá vive a garotinha Cindy Lou Who (interpretada por Taylor Momsen) que, contrariando todas as possibilidades, não tem medo do Grinch e quer ficar amiga dele. O grande destaque do filme é justamente conseguir conciliar a atmosfera de terror, por meio de um personagem desagradável e intimidador, e a ternura de um conto natalino com a presença de uma garota meiga e delicada. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.
Onde assistir: disponível na Netflix, Prime Video, Globoplay e Claro Video e para locação em Apple TV.
Tudo Bem no Natal que Vem (Roberto Santucci, 2020)
Tudo Bem no Natal que Vem, por tratar-se de um filme natalino, apresenta uma novidade ao mesmo tempo em que carrega um fardo diante de uma cinematografia brasileira reconhecidamente avessa aos filmes de gênero. O cinema nacional, a bem da verdade, é predominantemente arrogante e preconceituoso com produções ditas mais leves e com narrativas simples – aqueles com começo, meio e fim, nessa ordem... Sim, porque há sempre quem queira “desconstruir” esse conceito. E a crítica negativa encontra ecos ainda mais gritantes quando temos no elenco um ator popular como Leandro Hassum, outra vez sendo dirigido por um cineasta chamado de comercial como Roberto Santucci e numa história escrita por um roteirista, Paulo Cursino, visto como um fabricante de clichês. Na real, Hassum é praticamente nosso Jim Carrey, um ator que na comédia de costumes entrega suas famosas caras e bocas, enquanto no drama é capaz de uma singeleza única. Santucci, mais do que um especialista no chamado cinema de gênero, é um midas que transforma em ouro qualquer projeto que leve sua assinatura. Paulo Cursino é um dos roteiristas mais talentosos, inteligentes e hábeis na arte de reinventar clássicas referências do cinema, transformando-as em ineditismos. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.
Onde assistir: Netflix.