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Da comédia ao drama

Sete filmes natalinos que merecem ser vistos ou revistos na semana

Em "Os Rejeitados", Paul Giamatti faz Paul Hunham, um professor de História solteiro, exigente e rabugento
Em "Os Rejeitados", Paul Giamatti faz Paul Hunham, um professor de História Antiga, solteiro, exigente e rabugento (Foto: Divulgação)

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Com o Natal batendo à porta, nada melhor do que pegar um filme que verse sobre o assunto para uma sessão em família. A lista que segue contempla drama, comédia, ação, filme infantil e até cinema nacional. É escolher a pedida que mais apetece ou mergulhar no tema e conferir todas as nossas sugestões de filmes natalinos.

Trocando as Bolas (John Landis, 1983)

Muito importante historicamente por ser apenas o segundo papel no cinema de Eddie Murphy, um ano antes dele explodir com Um Tira da Pesada. Trocando as Bolas não é a típica história natalina – e foi lançado no verão americano, que é no meio do ano –, mas se passa na Filadélfia no período em que as pessoas são mais generosas. A não ser que essas pessoas sejam os irmãos Randolph e Mortimer, proprietários de uma corretora que apostam um dólar na troca de papeis entre o melhor funcionário da firma (vivido por Dan Aykroyd) e um vagabundo golpista (Murphy). Um dos irmãos avarentos acredita que o ambiente é determinante para o sucesso de uma pessoa, logo o vagabundo seria capaz de triunfar no lugar do almofadinha. O outro duvida. Quando as cobaias descobrem que estão fazendo parte desse experimento, eles se unem para dar o troco e falir a corretora dos irmãos. O filme usa palavras que os movimentos raciais atualmente abominam e Aykroyd até se pinta de preto para fazer um estudante jamaicano na icônica cena do trem. Tudo está no contexto dessa comédia, que debate valores morais e aspectos hipócritas da nossa sociedade. Um belo conto de Natal, enfim. (José Flávio Júnior)

O melhor funcionário da firma vivido por Dan Aykroyd se une ao golpista interpretado por Eddie Murphy em "Trocando as Bolas"O melhor funcionário da firma vivido por Dan Aykroyd se une ao golpista interpretado por Eddie Murphy (Foto: Divulgação Prime Video)

Onde assistir: disponível no Telecine, Looke, Netmovies e para locação em Apple TV e Microsoft.

Duro de Matar (John McTiernan, 1988)

Outro trabalho que foi crucial na carreira de um ator, dessa vez, Bruce Willis, que estava dando seus primeiros passos no audiovisual e virou uma estrela de primeiro escalão com esse primeiro Duro de Matar. Ele interpreta o policial nova-iorquino John McClane, que está indo para a Califórnia na esperança de reconquistar a esposa e rever suas duas crianças no período natalino. Coincidentemente, o tira se dirige até o prédio onde sua mulher trabalha na mesma tarde em que uma equipe treinadíssima chega ao local para realizar um ousado roubo. Contra tudo e contra todos, McClane vai para cima do bando, apoiado por um roteiro que entrega altas doses de adrenalina até a última cena. Não por acaso, muitos veículos consideram Duro de Matar o melhor filme de ação de todos os tempos. McClane salva o Natal de muita gente na película, incluindo o dos filhos. (José Flávio Júnior)

Onde assistir: Disney+.

Os Rejeitados (Alexander Payne, 2023)

Aqui a ação se passa no prestigiado internato masculino Barton, na Nova Inglaterra, durante o Natal de 1970. Todos vão com suas famílias passar aquelas queridas férias de fim de ano, exceto os restos mortais, ou seja, várias crianças que não têm com quem ir, a cozinheira afro-americana Mary Lamb (Da'Vine Joy Randolph) – cujo único filho, um ex-aluno de Barton, acaba de morrer na Guerra do Vietnã – e Paul Hunham (Paul Giamatti), um professor de História Antiga, solteiro, exigente e rabugento, que irritou o diretor da escola por não ceder às pressões de uma rica família benfeitora. Devido a um acontecimento inesperado, no final resta apenas um aluno: Angus Tully (Dominic Sessa), um cara inteligente, mas rebelde, traumatizado pelo divórcio dos pais, pelo afastamento do pai e pelo novo casamento da mãe. Uma excursão a Boston decidirá o futuro de todos eles. (Jerónimo José Martín) Leia o texto completo.

Onde assistir: disponível no Prime Video e para locação na Amazon, Apple TV e Claro Video.

A Felicidade Não se Compra (Frank Capra, 1946)

A Felicidade Não se Compra estreou em Los Angeles no dia 24 de dezembro de 1946. Véspera de Natal! Naquele momento, o diretor ítalo-americano Frank Capra jamais imaginaria que sua obra se tornaria o maior ícone do cinema num gênero tão específico que, entre outras variações, é chamado de “filme de Natal” ou ainda “filme natalino”. A bem da verdade, A Felicidade Não se Compra foi um fiasco em sua estreia, ofuscado principalmente pela concorrência de Os Melhores Anos de Nossas Vidas, um drama de guerra assinado por William Wyler e que havia estreado na semana anterior.(...) É evidente que Os Melhores Anos de Nossas Vidas continua sendo um clássico indiscutível e obrigatório, mas praticamente caiu no esquecimento. E, por conta do destino, A Felicidade Não se Compra é, mesmo após quase oitenta anos de seu lançamento, a maior representação cinematográfica quando falamos de Natal. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.

Onde assistir: disponível no Looke, Belas Artes à la Carte, Oldflix e Netmovies.

Esqueceram de Mim (Chris Columbus, 1990)

Esqueceram de Mim pode ser categorizado como um filme familiar; mas é, antes de tudo, um conto de Natal bastante incomum. O roteirista John Hughes, então um nome já consagrado em Hollywood por conta do adorável Curtindo a Vida Adoidado (1986), escreveu uma história que, mesmo sem incluir elementos ou personagens comuns à época do Natal, possui toda a simbologia clássica natalina. (...) Macaulay Culkin, que interpreta Kevin, tornou-se com esse trabalho o ator-mirim mais importante e mais bem pago daquela geração. Uma graça de criança, carismático e cheio de caras e bocas, Culkin é literalmente o dono do filme. O diretor Chris Columbus, que inicialmente nem o cogitou para o elenco, nitidamente não tem qualquer dificuldade para dirigir o menino – que em mais da metade das sequências aparece sem coadjuvante em cena. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.

Onde assistir: Disney+.

O Grinch (Ron Howard, 2000)

No filme, o diretor Ron Howard mantém-se fiel aos escritos do americano Theodor Seuss Geisel, autor de livros infantis mundialmente conhecido somente pelo pseudônimo Dr. Seuss. O Grinch (Jim Carrey) odeia o Natal e, como forma de acabar com a alegria de todos, decide roubar tudo o que se relaciona à data comemorativa, sobretudo os presentes colocados debaixo das árvores nas salas dos moradores da Cidade dos Quem. Mas lá vive a garotinha Cindy Lou Who (interpretada por Taylor Momsen) que, contrariando todas as possibilidades, não tem medo do Grinch e quer ficar amiga dele. O grande destaque do filme é justamente conseguir conciliar a atmosfera de terror, por meio de um personagem desagradável e intimidador, e a ternura de um conto natalino com a presença de uma garota meiga e delicada. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.

Onde assistir: disponível na Netflix, Prime Video, Globoplay e Claro Video e para locação em Apple TV.

Tudo Bem no Natal que Vem (Roberto Santucci, 2020)

Tudo Bem no Natal que Vem, por tratar-se de um filme natalino, apresenta uma novidade ao mesmo tempo em que carrega um fardo diante de uma cinematografia brasileira reconhecidamente avessa aos filmes de gênero. O cinema nacional, a bem da verdade, é predominantemente arrogante e preconceituoso com produções ditas mais leves e com narrativas simples – aqueles com começo, meio e fim, nessa ordem... Sim, porque há sempre quem queira “desconstruir” esse conceito. E a crítica negativa encontra ecos ainda mais gritantes quando temos no elenco um ator popular como Leandro Hassum, outra vez sendo dirigido por um cineasta chamado de comercial como Roberto Santucci e numa história escrita por um roteirista, Paulo Cursino, visto como um fabricante de clichês. Na real, Hassum é praticamente nosso Jim Carrey, um ator que na comédia de costumes entrega suas famosas caras e bocas, enquanto no drama é capaz de uma singeleza única. Santucci, mais do que um especialista no chamado cinema de gênero, é um midas que transforma em ouro qualquer projeto que leve sua assinatura. Paulo Cursino é um dos roteiristas mais talentosos, inteligentes e hábeis na arte de reinventar clássicas referências do cinema, transformando-as em ineditismos. (Marcos Petrucelli) Leia o texto completo.

Onde assistir: Netflix.

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