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Série chegou ao fim

“Succession” precisa inspirar centro-direita a cobrar alto padrão no jornalismo

Em "Succession", a família Roy luta pelo controle de uma empresa de comunicação (Foto: HBO/Divulgação)

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No final de maio, a série dramática Succession transmitiu nas televisões o seu brilhante episódio final, longe de uma conclusão feliz. Ao longo de seus 39 episódios exibidos pela HBO durante cinco anos, o seriado construiu uma história cativante sobre poder, família e manipulação da imprensa que não deixou nenhum espectador incólume. Contado pela lente da ficcional família Roy, donos do conglomerado de mídia e serviços Waystar Royco, a produção narrou as lutas implacáveis pelo poder, expondo a fragilidade do seu próprio império de comunicação. Embora com personagens e enredo em forma de fábula, os escritores claramente se inspiraram em Rupert Murdoch e sua família, resultando em um retrato nada lisonjeiro da mídia de direita e, especificamente, do equivalente ficcional da Fox News, a ATN. Em parte, por esse motivo, o programa se tornou o queridinho da grande imprensa.

Contudo, apesar de sua natureza crítica, não devemos ignorar Succession por ser uma análise simplória do conservadorismo nos Estados Unidos. O programa era movido por muito mais do que isso. Veja a história de Kendall Roy, apresentado inicialmente como o filho favorito do patriarca Logan Roy. Ele é um personagem cuja jornada é marcada por ambição, arrogância e uma trágica busca pela validação do pai. Sua luta pelo poder, eventual queda e aceitação de uma identidade que ele nunca poderia admitir vai além de questões políticas. É uma tragédia shakespeariana sobre um homem perseguindo uma visão de sucesso que sempre escapará dele.

Analisado seu comentário sobre a mídia conservadora, a série força o espectador a considerar algumas realidades desconfortáveis. Por mais que o império de Roy gere narrativas para manter o poder na ficção, também vimos alguns na mídia conservadora perpetuarem a alegação infundada de que a eleição presidencial americana de 2020 foi roubada. Como conservadores, nos orgulhamos de nosso compromisso com a verdade, a liberdade e o poder do pensamento individual, no mercado de ideias não filtradas pela censura. No entanto, Succession levanta um paradoxo desconcertante: será que alguns dos meios de comunicação que foram criados para libertar os conservadores da câmara de eco da informação da grande mídia minaram esses valores?

A queda dos monopólios 

Sendo entretenimento, no entanto, o programa simplifica a questão da complexa natureza de uma decisão que impacta a política como se fosse um mero jogo de xadrez, em que uma elite malévola manipula o tabuleiro à vontade. O momento político em que nos encontramos ainda está muito distante deste retrato cínico. Na verdade, a democratização da informação nas últimas décadas tornou nossa política mais igualitária e, de certa forma, mais tóxica também.

A vitória de Donald Trump, em 2016, apoiada não só pela atenção da Fox e outros veículos gigantes da imprensa, mas por uma onda de apoio popular nas primárias que ignorou o desdém lançado sobre o candidato por aqueles que habitam o poder, desafia a noção defendida por Succession de que alguns poucos selecionados controlam a narrativa. A crítica da imprensa no programa também pode e deve ser aplicada em todo o espectro político. Succession revela como as narrativas podem ser elaboradas, fiadas e vendidas para servir a interesses escusos; A ATN e a Fox não detêm o monopólio dessa prática.

Para nós, espectadores, especialmente aqueles que se identificam como centro-direita, a série deve nos desafiar a questionar, examinar, buscar diversas fontes de informação e cobrar um alto padrão daqueles que entregam nossas notícias. Exigir melhor, por exemplo, do que o moralmente maleável Tom Wambsgans.

© 2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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