Steve Marin vai a uma vila do México atrás de emprego e acaba enfrentando a tropa de um bandido local em “Três Amigos!”| Foto: Divulgação Prime Video
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O público brasileiro só conhece Steve Martin do cinema, o que é uma pena, porque o que esse cara fez nos anos 70 na comédia stand-up foi absolutamente revolucionário. Entre 1975 e 1980, ele foi o comediante mais famoso do planeta. Ninguém vendia tantos ingressos. Seus discos de comédia lideraram as paradas e venderam nove milhões de cópias, um recorde para humoristas.

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Filho de uma mãe amorosa e de um pai frio e ausente, Steve Martin conseguiu um bico em 1955, aos dez anos de idade, vendendo programas na recém-inaugurada Disneylândia, na Califórnia. De lá, chegou a São Francisco no fim dos anos 1960, no auge do movimento hippie, a tempo de mergulhar fundo nas drogas, que não curtiu.

Quando percebeu que era moleza arrancar gargalhadas da plateia ironizando políticos como Richard Nixon, abandonou a comédia política para tentar algo mais radical. Seu desafio, mais do que fazer rir, era subverter as fórmulas da comédia. Martin criou um estilo de stand-up quase surrealista, que brincava com metalinguagem e onde enfrentava o público, não de uma forma agressiva, mas sem se dobrar às expectativas de sua audiência.

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Para conseguir isso, Martin penou demais. Foram anos e anos de rejeição, desprezo e plateias pequenas. Mas ele acabou triunfando, e sua “não-comédia”, como definiu o amigo Rick Moranis, virou o stand-up de cabeça para baixo. A explosão de Steve Martin aconteceu na época da criação do programa de TV Saturday Night Live, por volta de 1975/76, que revelou outros atores que também estavam tentando criar algo novo, como Bill Murray, Gilda Radner e Dan Aykroyd. “Fiz stand-up por 18 anos”, disse Martin. “Os dez primeiros, passei aprendendo, os quatro seguintes, aperfeiçoando meu número, e os quatro últimos, ficando rico”.

Até que um dia, em 1981, Steve Martin decidiu que ia mudar de rumo e simplesmente abandonou os palcos. Nunca mais se apresentou ao vivo. Dali em diante, faria apenas filmes. E aqui vão três dos melhores.

Três Amigos!  (John Landis, 1986)

Essa é para desligar o cérebro, fazer pipoca e passar 103 minutos rindo com um dos filmes mais deliciosamente ridículos já feitos. Steve Martin, Martin Short e Chevy Chase interpretam três astros do cinema mudo que, em 1916, vão a uma pequena vila do México atrás de emprego e acabam enfrentando a tropa de um bandido sangrento. O filme é divertidíssimo e ainda tem músicas do bamba Randy Newman. Grande programa.

Onde assistir: disponível no Prime Video e para locação em Apple TV.

Antes Só do que Mal Acompanhado (John Hughes, 1987)

Um filme raro em que Steve Martin não faz o personagem mais engraçado em cena. Aqui, ele interpreta um arrogante publicitário que está tentando chegar a Chicago para o Dia de Ação de Graças, mas se vê preso, durante uma nevasca, com um atrapalhado vendedor vivido pelo adorável John Candy. É o filme mais engraçado – e um dos melhores – dirigidos por John Hughes, famoso por comédias juvenis como Clube dos Cinco e Curtindo a Vida Adoidado.

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Steve Martin estrelou com o saudoso John Candy o filme de 1987 de John Hughes| Foto: Divulgação Google Play

Onde assistir: disponível para locação no Google Play, Apple TV, Amazon, YouTube e Microsoft.

Os Safados (Frank Oz, 1988)

Uma das melhores comédias de todos os tempos tem Steve Martin e Michael Caine como dois trambiqueiros rivais que vivem de dar golpes em coroas ricas na Riviera Francesa. Caine faz um europeu fino e educado, já Martin é um americano grosseirão. Os dois disputam para ver quem primeiro tira uma grana de uma herdeira milionária interpretada pela engraçadíssima Glenne Headly. Cuidado para não ter um ataque cardíaco de tanto rir.

Onde assistir: disponível no Prime Video ou para locação em Apple TV, YouTube e Google Play.

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