Em 1989, após enfrentar uma depressão, Al Pacino viveu um policial em “Vítimas de uma Paixão”| Foto: Divulgação
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Al Pacino tem 84 anos e acaba de lançar sua autobiografia, Sonny Boy (Editora Rocco). No livro de 352 páginas o ator conta sua infância difícil num bairro pobre do sul do Bronx, em Nova York, seus muitos problemas familiares – pai ausente, mãe com graves problemas de depressão – e descreve sua longa e celebrada carreira.

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No texto, Pacino destaca alguns filmes que marcaram sua carreira. Claro que ele fala bastante sobre O Poderoso Chefão (1972), que foi seu primeiro papel de destaque. O personagem de Michael Corleone ajudou a estabelecer Pacino como um ator de ponta no cinema mundial. Mas ele cita também, como obras importantes de sua vida, três outros filmes que podem ser assistidos no streaming.

Scarface (Brian De Palma, 1983)

Quando era criança, Pacino ia muito ao cinema com a mãe para ver lançamentos e cinema de repertório de filmes antigos. E um dos filmes que mais o marcou foi Scarface – A Vergonha de uma Nação (1932), de Howard Hawks, história de gângster inspirada na trajetória de Al Capone. O personagem Tony Camonte, um imigrante italiano que ascende na hierarquia da Máfia em Chicago, foi interpretado pelo ator norte-americano Paul Muni, num papel que marcou o jovem Al Pacino para sempre. Cerca de meio século depois do filme de Hawks, Pacino teve a chance de fazer o mesmo papel, mas adaptado para a realidade mafiosa de Miami e adornado com todos os exageros estéticos do cinema grandiloquente de Brian De Palma. Seu Tony Montana tornou-se um ícone dos filmes de gângster e ídolo de rappers. Um personagem eterno.

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Onde assistir: disponível no Telecine, Claro Video, e para locação na Amazon e Apple TV.

Vítimas de uma Paixão (Harold Becker, 1989)

Hoje pouca gente se lembra, mas a carreira de Al Pacino em Hollywood passou por um momento muito turbulento na segunda metade dos anos 1980, especialmente depois do fracasso de crítica e público de Revolução (1985), dirigido por Hugh Hudson. Pacino achava que estava fora de sintonia com o cinema comercial da época, entrou em depressão e ficou quatro anos longe das telonas. Voltou em 1989 em Vítimas de uma Paixão, um thriller dirigido por Harold Becker em que o ator interpretava um policial em Nova York investigando uma série de assassinatos de homens que haviam publicado anúncios em jornais procurando mulheres. Escrito pelo excelente autor policial Richard Price e com um ótimo elenco que inclui John Goodman e a deslumbrante Ellen Barkin, o filme foi um inesperado sucesso de bilheteria e ressuscitou a carreira de Pacino.

Onde assistir: disponível para locação na Amazon, Apple TV, Claro Video e Google Play.

Fogo Contra Fogo (Michael Mann, 1995)

Al Pacino e Robert De Niro se trombavam em Nova York desde o fim dos anos 1960, mesmo antes de ficarem famosos no cinema. Atuaram em O Poderoso Chefão 2, mas não tinham nenhuma cena juntos, porque De Niro interpretava o mafioso Vito Corleone quando jovem. Ao longo dos anos, os dois tiveram algumas chances de trabalhar juntos – Pacino recusou um papel em 1900, de Bernardo Bertolucci – mas a reunião nas telas demorou mais de duas décadas e só aconteceu em Fogo Contra Fogo, a obra-prima policial de Michael Mann, em que De Niro interpreta um frio e calculista ladrão de bancos e Pacino faz o agitado detetive que está em busca dele. A primeira cena dos dois atores juntos acontece num restaurante de beira de estrada, e os diálogos foram muito improvisados pelos dois atores. É uma cena antológica do cinema.

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O encontro de Al Pacino com Robert De Niro no restaurante em “Fogo Contra Fogo”| Foto: Divulgação

Onde assistir: disponível no Disney+.